31 dezembro 2010

Um certo 2011...

Um feliz 2011 àqueles que foram e principalmente àqueles que ficaram.
Estejam onde estiverem.


10 dezembro 2010

Cloaca não é fashion



Por José Luiz Ribeiro da Silva em 7/12/2010

Sempre considerei Augusto Nunes um sub-Reinaldo Azevedo, com a mesma fleuma, mas com uma imaginação menor. Mas tudo bem, vindo de onde vem, torna-se compreensível. Ambos naturalmente e, por vias naturais, são o tipo de profissionais excretados pelo Cloaca News, mas desta vez Nunes se supera ao criticar aquele que faz do ofício denunciar o típico profissional que se aventura nas letras mesmo sem ter intimidade com elas – e, mesmo assim, ousa pela capacidade inata de flexibilizar a coluna quando o objetivo é adular o interesse de quem lhe paga o sustento.

Estou errado? Nunes gasta tempo e verve para desqualificar o sr. Cloaca, não através da argumentação e do contraponto de ideias, mas através do senso estético do sr. Cloaca, incompatível com o estilo Nunes de ver e sentir a moda e seus melindres. Em sua argumentação fashion, Nunes desacerta até nas cores da indumentária do denunciado. Escorrega no padrão e tamanho demonstrando um daltonismo de percepção da realidade característico daqueles cuja vida foi permeada por equívocos tonais, em especial em relação à cor vermelha.

Tal característica estética e de caráter profissional é perfeitamente explicável e compreensível quando dilatamos um pouco a visão e observamos com acuidade sociológica o público de Nunes, de Reinaldo e, por via de consequência, da Veja. Mesmo aquele cujo olho bom é único e indivisível, percebe – e não é novidade – que o leitor funcional de Nunes é outro e organicamente distinto daquele que acompanha o sr. Cloaca em suas manifestações higiênicas sobre a mídia.

Profissional e cliente se completam

Nunes escreve para outro público, daí a sua pretensão estética. Escreve para aqueles que precisam de argumentos para melhor destilar suas frustrações e preconceitos diários e ancestrais. É compreensível, portanto, este estilo daltônico de quem vive para servir. Ambos, colunista e leitores, se retroalimentam, formando um círculo onde apenas se evidencia aquilo que se quer ver ou sentir. Daí, dane-se a argumentação, o contraponto de ideias; quem precisa delas, quando se tem a avacalhação preconceituosa e desmedida?

Mesmo se aventurando, sem lenço e sem documento, pelas paragens da moda na vida mundana, Nunes, mesmo sendo aluno esforçado de outros fashionistas de estilo duvidoso, peca no quesito caráter. Desconhece o colega do Reizinho da Veja que, para algumas pessoas, moda e indumentária são quesitos secundários e não pré-requisitos inerentes, aqueles cuja aparência tenta "daltonizar" a transparência das ideias e intenções. Nunes, no entanto, possui a pertinência dos profissionais que buscam sempre satisfação do cliente, até quando finge desconhecer que, com relação ao sr. Cloaca, o buraco é mais embaixo. Mutatis mutandis, profissional e cliente se completam e vivem a vida a difamar a cloaca alheia sem observar a sua. Afinal, sabemos nós, sabe Nunes e seus patrões da Veja, "com o tempo, uma imprensa cínica, mercenária, demagógica e corrupta formará um público tão vil como ela mesma".

Fonte:http://www.observatoriodaimprensa.com.br/artigos.asp?cod=619FDS009

27 outubro 2010

Há exatos 65 anos, em 27 de outubro de 1945, no interior de Pernambuco nascia um homem que mudaria a história de um país que chegou destroçado aos primórdios do século XXI. Luiz Inácio da Silva, que mais tarde teria o hipocorístico "Lula" acrescido ao nome, chega à data de hoje nas asas de uma trajetória de vida na qual poucos acreditariam se o nosso presidente não tivesse se tornado o brasileiro mais famoso da história, ao lado de Pelé.

Este blogueiro não hesita em confessar a sua admiração por esse homem. E nem tanto por sua impressionante trajetória, mas por um feito que ele logrou perpetuar na história e que muitos outros poderiam ter logrado, bastando que, como fez o filho mais ilustre de Garunhuns (ou de Caetés), tivessem simplesmente governado para todos.

O feito de sair da tragédia social em que foi gerado para se tornar presidente da República é emocionante, é impressionante, mas nem se compara ao desprendimento de Lula de ter sofrido tudo o que sofreu nas mãos da alucinada elite brasileira quando teria sido tão mais fácil governar para poucos e sair do poder exaltado pela mídia como aconteceu – e continua acontecendo – com Fernando Henrique Cardoso.

Por essa abnegação, nutro por Lula um respeito e um carinho que lamentavelmente jamais pude expressar ao próprio e que certamente jamais poderei, pois há muitos em seu entorno mais merecedores de tal honraria, além de a fila dos candidatos comuns como eu mesmo a tal outorga ser tão extensa que, para concedê-la a todos, nosso presidente teria que viver várias vidas.

Hoje é o aniversário de Lula, do ser humano vivo que mais admiro. Quero tanto presenteá-lo, mas não saberia o que dar a um homem para quem a vida deu tudo depois de privá-lo de tanto em seus primeiros anos. Então decidi escrever um texto que ele jamais lerá, mas que ficará imortalizado na internet para que um dia, num futuro distante, os estudiosos de nossa época saibam o quanto aquele lendário líder político foi amado por seu povo.

Parabéns, presidente Lula. Muitas felicidades e muitos anos de vida a V. Excia. São os votos de Eduardo Guimarães e família.



fonte: http://www.blogcidadania.com.br/2010/10/27-de-outubro-de-1945/

24 setembro 2010


Quando éramos três...

23 setembro 2010

Razões para a hostilidade crescente

MÍDIA & GOVERNO
Razões para a hostilidade crescente

Por Venício A. de Lima em 22/9/2010

O processo eleitoral e a indisfarçável partidarização revelada na cobertura jornalística dos principais veículos da grande mídia provocaram, nas últimas semanas, reações cada vez mais explícitas e contundentes por parte do próprio presidente da República. Por outro lado, o atual governo chegará ao seu término enfrentando uma hostilidade crescente por parte desses veículos. A virulência dos ataques de editoriais e colunistas contra o governo e o próprio presidente Lula encontram poucos e raros paralelos na história política brasileira.

A hostilidade entre alguns veículos e o governo é agora, mais do que antes, inegavelmente recíproca e pública.

Razões intrigantes

Nesse contexto, diante da proximidade das eleições e da provável vitória da candidata apoiada pelo atual governo – aos quais esses veículos fazem oposição explícita – é inevitável que surjam questões que não só busquem compreender o que vem acontecendo no processo eleitoral, mas, sobretudo, questões prospectivas de como poderão ser as relações da grande mídia com o próximo governo.

Uma questão, em particular, desafia o senso comum: afinal, quais razões teriam levado os principais grupos da grande mídia a fazer oposição sistemática a um governo que continua a contar com maciço apoio popular?

Um observador da mídia que não tem acesso a informações dos bastidores do poder – nem propriamente político, nem midiático – por óbvio, também não tem como responder a essa pergunta. Todavia, é intrigante a constatação do que está a ocorrer.

No Brasil, ao contrário do que acontece em alguns países da América Latina, os oito anos de governo Lula não representaram a mais remota ameaça à grande mídia. Em nossos vizinhos, apesar da oposição de grupos dominantes de mídia, foram democraticamente eleitos governos que tomaram a iniciativa de rever e/ou propor nova regulação para o setor de comunicações, desafiando interesses historicamente enraizados. Aqui nada disso ocorreu.

A grande mídia nativa não foi objeto de qualquer regulação ou saiu derrotada de qualquer disputa em relação às políticas públicas do setor de comunicações. Basta verificar que nos projetos (ou mesmo pré-projetos) e programas nos quais ela considerou estarem seus interesses ameaçados, houve recuo do governo Lula e/ou os projetos não lograram aprovação no Congresso Nacional.

Exemplos: a criação do Conselho Federal de Jornalismo (em 2004); a transformação da Ancine em Ancinav (em 2005); a criação das RTVIs (em 2005); a guinada em relação ao modelo de TV Digital (de 2003 para 2006); a nova regulação das rádios comunitárias que apesar de recomendações geradas em dois grupos de trabalho não saiu do papel (2003 e 2005); a regulação da TV paga através do PL 29 (2007) que até hoje tramita no Congresso Nacional; o recuo nas propostas relativas ao direito à comunicação constantes da terceira versão do Plano Nacional de Direitos Humanos (2009); o anunciado projeto de uma Lei Geral de Comunicação de Massa que nunca se materializou; etc. etc.

A única medida de política pública – aliás, prevista no artigo 223 da Constituição de 1988 – que logrou ser implementada pelo governo Lula foi a criação de uma empresa pública de comunicação, a EBC (Empresa Brasil de Comunicação), que, embora ridicularizada pela grande mídia, é complementar a ela e não representa qualquer ameaça.

Por outro lado, a realização da 1ª Conferência Nacional de Comunicação, em dezembro de 2009 – que tem efeitos apenas propositivos –, foi não só boicotada como satanizada nos principais veículos de comunicação do país.

O que teria provocado, então, tamanha hostilidade dos grupos dominantes de mídia?

Vivemos em plena liberdade da imprensa. O governo não deixou de aplicar vultosos recursos em publicidade oficial paga destinada exatamente à grande mídia. Apesar disso, além da oposição política publicamente admitida inclusive pela presidente da ANJ, a grande mídia insiste em anunciar que o atual governo constitui uma permanente ameaça à liberdade de expressão e que o seu partido padece de uma obsessão autoritária e stalinista de controlar a imprensa.

Outras questões

Diante de tamanho enigma, outras questões igualmente inquietantes carecem também de resposta.

Qual será o comportamento desses veículos depois das eleições? Que tipo de relação é possível se construir entre eles e o novo governo, especialmente se for eleita a candidata que enfrentou sua oposição sistemática? Que comportamento esperam esses veículos do novo governo?

E mais: o que acontecerá com a credibilidade de veículos de mídia que (1) praticam "jornalismo investigativo" seletivo, em relação apenas a uma das candidaturas e (2) transformam suspeitas e denúncias em "escândalos políticos midiáticos", mas raramente a Justiça consegue estabelecer a veracidade das acusações?

Levando-se em conta o que está acontecendo, não só na América Latina, mas, inclusive, no processo eleitoral em curso para as eleições legislativas nos Estados Unidos, é ainda de se perguntar: a quem interessa a radicalização do processo político?

As razões verdadeiras não são fáceis de ser detectadas. Talvez seja mesmo, como se diz na conhecida fábula, "da natureza do escorpião".


Fonte: http://www.observatoriodaimprensa.com.br/artigos.asp?cod=608JDB018

31 agosto 2010

Estou ficando louco?

Acho que estou sofrendo de alucinações.

Hoje saiu em um dos jornalões a história de que o Nelson Barbosa, Secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, estaria preparando uma reforma da Previdência para apresentar logo após as eleições.

Nem li, tal o enfado. Quem tem um mínimo de informação sabe que não há nenhuma urgência na reforma da Previdência. Há uma ampla discussão em curso e a constatação unânime de que é um problema de longo prazo, que será resolvido sem pressa.

A troco de quê, então, uma reforma de afogadilho, assim que acabar as eleições?

É evidente que se tratava de mais um episódio besta, de criação de factóides, no qual a campanha de Serra entra com o boato para pegar leitor desinformado, o jornal que participa da jogada empenha sua credibilidade (já escassa) e o assunto morre dois dias depois, sem maiores consequências.

Passei o dia no Seminário da FGV. No almoço, o Nelson me contou rindo a besteira do jornal.

Termina o Seminário, pego um táxi, com o rádio ligado na CBN. E o repórter informa que o impossível Sérgio Guerra, presidente do PSDB, iria entrar com uma representação no Ministério Público, para apurar a "denúncia" do jornal sobre a reforma da Previdência. O argumento é que a Dilma estaria usando a máquina pública, hoje, para preparar seu plano de governo do ano que vem.

Essas eleições bateram o recorde. Como diziam na minha terra, se cercar vira hospício; se cobrir, vira circo.

Fonte: http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/estou-ficando-louco

15 julho 2010

Sozinho, o mercado não disseminou banda larga

Apesar dos indícios de que haveria uma movimentação no cenário da internet no Brasil, é intrigante observar como o anúncio da ministra-chefe da Casa Civil Erenice Guerra sobre o Plano Nacional de Banda Larga (PNBL), feito na semana passada, gerou tamanha repercussão.

O debate, que até então ficava mais restrito aos profissionais da área de tecnologia e informática, ganhou uma dimensão de âmbito nacional a partir do momento em que a questão passou a ser vista como um assunto de relevância para a o cidadão.

E extrapolar o universo dos profissionais do setor para começar a enxergar a questão da implantação da banda larga no país como uma questão de prioridade para o acesso de qualidade é o primeiro passo para tornar possível uma web para todos.

Diante disso, é necessário fazer uma distinção entre dois aspectos fundamentais que balizam uma avaliação do que está acontecendo: como os diversos atores da sociedade compreendem a relevância dos serviços de acesso à Internet e de banda larga? Efetivamente é um direito do cidadão, como prevê a minuta do Marco Civil da Internet, ainda em aberto e que será encaminhado ao Congresso, ou somente um serviço de comunicação de valor agregado a ser prestado e explorado pelo setor privado?

Se a visão é que a banda larga é um direito do cidadão, enxergar a "intervenção" do governo no mercado para a massificação da banda larga somente como uma medida política é reducionista, uma vez que é indiscutivelmente necessário um plano, uma ação, diante da constatação de que a nossa banda larga é a mais estreita do mundo.

O Comunicado n° 46 do Ipea, divulgado em abril, apresenta uma análise alarmante da atual condição do acesso à internet em banda larga nos domicílios em Estados como Roraima e Amapá, que é praticamente inexistente. Para ter uma ideia, apenas 16% dos domicílios no Brasil têm banda larga.

Portanto, mais do que criticar a "intervenção" do governo no mercado com a reativação da estatal Telebrás é ter claro que o mercado sozinho não conseguiu disseminar a banda larga no País. E, se continuarmos nesse ritmo, não teremos nunca.

O governo marcou uma posição, acredito que para tirar os atores do mercado da zona de conforto e abrir negociação. Enquanto ainda não sabemos os pormenores da legislação e da intenção de reativação da Telebrás, permanece o desejo de estímulo de uma economia local e uma tecnologia limpa, e de ponta, que realmente possa assegurar o direito do cidadão a ter um acesso de qualidade e com velocidade.


FONTE: http://idgnow.uol.com.br/blog/plural/2010/05/13/sozinho-o-mercado-nao-conseguiu-disseminar-a-banda-larga/

22 junho 2010

Flávio Gomes: A era do grunhido impresso


20 de Junho de 2010 – 23h47

Flávio Gomes: Veja inaugura a era do grunhido impresso

O Brasil tem uma revista semanal, "Veja", que se considera a maior do país. Deve até ser mesmo, sei lá quais são os critérios, não sei quantos leitores tem, quanto fatura, não me interessa. Deixei de assinar essa porcaria anos atrás, já não me lembro se por algum motivo específico, ou se foi, apenas, porque um dia peguei na porta de casa e me espantei: eu ainda gasto dinheiro com esta merda?

Por Flávio Gomes, em seu Blog da Copa, via Vermelho

Tal revista perdeu a relevância, para estabelecer um marco, depois da queda de Collor de Mello. Naqueles anos de impeachment, as semanais deram vários furos, foram importantes, descobriram coisas. Depois, sumiram. Hoje, a "Veja" é reduto de uns caras chiliquentos como Diogo Mainardi, Reinaldo Azevedo e Augusto Nunes. "Ah, você não lê, como sabe?", vai perguntar alguém.

Eu de tudo sei, tudo conheço. Piadinha interna.

Mas não quero falar aqui dessas figuras ridículas que acham que escrevem bem e que se julgam parte de algum grupo de pensadores contemporâneos, já que são cheios de fazer citações by Wikipedia e com elas impressionam seus leitores babacas. O que escrevem e dizem, para não ofender demais, repercute entre eles três e seus leitores babacas, todos compartilhados. Eles detestam o Lula e o PT, e é tudo que conseguem exprimir com sua verborragia enjoativa e padronizada. Mas dali não sai, suas opiniões e ataques histéricos contra o que chamam de esquerda brasileira não têm importância alguma, não produzem eco algum.

Só que a capa da "Veja", embora a revista seja uma droga indizível, tem importância, sim. Afinal, ela é vista por alguns milhões de pessoas, repousa amarrotada durante meses em mesinhas de consultórios médicos, dentistas e despachantes, e as pessoas a notam nas bancas de jornais, ao lado de mulheres peladas. E algumas pessoas ainda puxam assunto em mesas de bares e restaurantes dizendo "li na 'Veja'", e tal. São os "formadores de opinião". Uau.

E aí aparece aqui na minha frente, no estúdio da rádio, a "Veja" que foi hoje às bancas. Na capa, "CALA BOCA GALVÃO", uma foto do narrador da Globo, e está dada a senha para uma pretensa reportagem séria de sete páginas, um "box" e três gráficos sobre o poder do Twitter, motivada por uma bobagem infanto-juvenil que nem os "tuiteiros" levam muito a sério, lançada no dia da abertura da Copa. Aliás, nem o Galvão levou a sério, claro, porque discutir um uma "hashtag" de Twitter é como sugerir um seminário para analisar a musicalidade de uma vuvuzela, ou um congresso sobre comunidades bizarras do Orkut.

Ontem morreu José Saramago. O maior escritor da língua portuguesa mereceu desse semanário indefensável meia página, com uma foto e uma legenda editorializada, porque "Veja" tem opiniões formadas até sobre índice e numeração de páginas. Diz a legenda: "ESTILO E EQUÍVOCO", reduzindo Saramago a isso, a alguém que tinha estilo e era equivocado, para atacar as posições políticas e religiosas do escritor, comunista e ateu.

Alguém ser comunista e ateu, para a "Veja", é algo mais condenável do que estuprar a mãe no tanque. "Ao lado da criação literária, manteve-se sempre ativo, e equivocado, na política", diz o texto pastoso, que nem assinado foi. Uma pobreza jornalística inacreditável. "Nos países cujos regimes ele defendia, nenhum escritor que ousou discordar teve o luxo de uma morte tranquila", encerra o autor. Como é que alguém pode escrever uma merda desse tamanho? Será que essa gente não tem vergonha do que coloca no papel?

Pois todas as palavras ditas e escritas por Saramago, capaz de obras-primas da literatura universal como "O Evangelho Segundo Jesus Cristo", "Ensaio Sobre a Cegueira", "Todos os Nomes", "Memorial do Convento", "Caim", "Jangada de Pedra", mereceram da "Veja" meia página, enquanto três palavras bobas espalhadas pelo Twitter foram parar na capa da revista e em sete de suas páginas.

O que mais me atormenta, quando vejo essas coisas, é saber que graças a decisões editoriais como essa, uma babaquice como o "CALA BOCA GALVÃO" assume, diante dos olhos e do julgamento dos retardados que levam tal revista a sério, uma importância bem maior do que a vida e a obra de Saramago.

Saramago pedindo um café a sua esposa tem mais conteúdo, provavelmente, do que todas as edições juntas de "Veja" dos últimos 15 anos. Ele tinha razão, quando falava do Twitter — não se enganem, Saramago tinha até blog, não era um velhote vivendo numa caverna. Numa recente entrevista por e-mail a "O Globo", disse: "Nem sequer é para mim uma tentação de neófito. Os tais 140 caracteres reflectem algo que já conhecíamos: a tendência para o monossílabo como forma de comunicação. De degrau em degrau, vamos descendo até o grunhido".

Pois a "Veja", hoje, inaugurou a era do grunhido impresso.


Via Azenha, http://www.viomundo.com.br/voce-escreve/flavio-gomes-a-era-do-grunhido-impresso.html



19 junho 2010

Lá pelos anos 80(ou 81, ou 82), quando eu tinha em torno dos dez anos, lembro que um canal de tv anunciou o filme "Melody - Quando brota o amor". Não sei, mas pela chamada do comercial eu, criança de tudo, sonhei em assistir o filme. Acontece que meus pais inventaram, ou precisavam sei lá, ir à casa de alguém e no momento do filme, disseram os donos da casa que visitávamos que "faltou luz"(a falta de energia elétrica era comum naquele tempo). Eu era um menino muito raivoso, que fazia birra por tudo o que queria e, naquele dia, antes de sairmos de casa, fiquei dizendo para minha mãe, que era quem mais me ouvia, que tinha que assistir aquele filme, que eu queria, que eu queria, etc...
Acabei não assistindo o filme, ficando muito nervoso para minha idade, fiquei bravo com Deus e todo o mundo, mas...
Hoje me vejo baixando o mesmo filme e lembrando disso, que aconteceu há trinta nos atrás, num lugar chamado Bairro de Vila, perto de Urussanga...

25 abril 2010


Dá pra acreditar num jornal que publica uma notícia dessas , desmentida pelas fotos publicadas?

http://www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada/ult90u725731.shtmlda Redação

As atrizes Gwyneth Paltrow, 37, e Scarlett Johansson, 25, escolheram roupas quase iguais para a estreia do filme "Homem de Ferro 2", em Los Angeles.

As duas apareceram com vestidos na altura do joelho na cor cinza.

No filme, estrelado por Robert Downey Jr., Paltrow interpreta a mocinha Pepper Potts, enquanto Johansson faz uma agente soviética que eventualmente se transformará na heroína Viúva Negra.




Matt Sayles/AP
Gwyneth Paltrow e Scarlett Johansson, que usaram vestidos parecidos  na estreia do filme "Homem de Ferro 2"

19 abril 2010

O valhacouto...

Hoje lembrei, de repente e do nada, de quando tinha uns doze anos de idade e pressentia, pelo canto do olho, que meu pai me observava. A insistência daquilo me incomodava e realçava ainda mais o quanto era irregular nossa relação de pai e filho, se é que havia essa relação. Mas daquela vez eu queria sorrir também, mas não podia ou sabia como.
 
Lembrei disso, talvez, porque no final de semana me ví fazendo o mesmo com meu filho, de dez anos.

18 abril 2010



15 abril 2010

O FANTASMA DO CANDIDATO SERRA


O FANTASMA DO CANDIDATO SERRA



Recife (PE) - Para comentar o discurso de Serra no lançamento de sua candidatura, temos que enfrentar dificuldades. Uma delas é o espaço da coluna e a boa vontade do leitor. É um discurso tão repetitivo, em círculos, que a cópia na página deixa a impressão de que foram coladas as mesmas palavras. Acompanhem, ou comecem a rodar:

"Alguns dias atrás, terminei meu discurso de despedida do Governo de São Paulo afirmando minha convicção de que o Brasil pode mais.... o Brasil, de fato, pode mais.... o Brasil pode ser muito mais do que é hoje.... o Brasil, meus amigos e amigas, pode mais.... Vamos juntos. O Brasil pode mais... Sim, meus amigos e amigas, o Brasil pode mais... Mas a Saúde pode avançar muito mais... Mas vai ter de crescer mais... Porque sabemos como fazer e porque o Brasil pode mais!.. Porque o Brasil, meus amigos e amigas, pode mais.... Vamos juntos, brasileiros e brasileiras, porque o Brasil pode mais."

Nesse discurso, cercado por senhores que não primam nem se irmanam pela moralidade, o candidato faz uma pregação de fé para virtuosos. Apesar do tom sério e dos olhos arregalados, chega a ser mais que cômico, quando vemos Fernando Henrique e Roberto Freire, mais os bravos acólitos do DEM e do PSDB, ouvindo uma nova Oração aos Moços:

"O Brasil pertence aos brasileiros que trabalham; aos brasileiros que estudam; aos brasileiros que querem subir na vida; aos brasileiros que acreditam no esforço; aos brasileiros que não se deixam corromper; aos brasileiros que não toleram os malfeitos; aos brasileiros que não dispõem de uma 'boquinha'; aos brasileiros que exigem ética na vida pública porque são decentes..."

Imaginem as caras contritas de Roberto Freire, que possui uma sinecura em São Paulo. Imaginem a cara de FHC que tinha encontros com jornalistas interessantes no apartamento do orador, que gerou filho, de Fernando, e pensão pagos por todos os brasileiros, e acrescentem mais as caras gordas e ociosas do DEM e PSDB, diante de tais exortações ao trabalho e ao estudo. "O meu reino não é desse mundo", devem ter pensado. Mas o Brasil pode mais.

Entre suas grandezas políticas, Serra enumerou a proibição do fumo nos aviões, que mais tarde estendeu para os restaurantes paulistas, e falou sobre educação, com as platitudes mais banais, insulsas e medíocres:

"Eu vejo em cada criança na escola o menino que eu fui, cheio de esperanças, com o peito cheio de crença no futuro. Quando prefeito e quando governador, passei anos indo às escolas para dar aula (de verdade) à criançada da quarta série.... No país com que sonho para os meus netos, o melhor caminho para o sucesso e a prosperidade será a matrícula numa boa escola, e não a carteirinha de um partido político. E estou convencido de uma coisa: bons prédios, serviços adequados de merenda, transporte escolar, atividades esportivas e culturais, tudo é muito importante e deve ser aperfeiçoado. Mas a condição fundamental é a melhora do aprendizado na sala de aula...Esse é um compromisso".

De que estado veio José Serra? Mais, qual a educação que ele deu a São Paulo? Mais: como pode falar em "melhora do aprendizado na sala de aula", quando São Paulo possui um dos piores índices de aprendizagem do Brasil? Com que cara ousa dizer que se revê em meninos que não sabem ler, escrever nem contar, mas têm índices de aproveitamento falseados nas provas? Mas o Brasil quer mais, e por isso o bom Serra prega:

"Quem governa, deve acreditar no planejamento de suas ações. Cultivar a austeridade fiscal, que significa fazer melhor e mais com os mesmos recursos. Fazer mais do que repetir promessas. O governo deve ouvir a voz dos trabalhadores e dos desamparados, das mulheres e das famílias, dos servidores públicos e dos profissionais de todas as áreas"

Não foi assim que ele agiu com os servidores da educação, aquela educação com que sonha para os futuros netinhos. Não os ouviu, aos servidores, nem a seus gritos, quando lhes aplicou a pedagogia da polícia, que mandou firme nos mestres. Aliás, mais: os professores, diretores e alunos jamais foram ouvidos, nessa curva da "austeridade fiscal, que significa fazer melhor e mais com os mesmos recursos", quando o seu governo educou assinaturas milionárias para as revistas da Abril e jornais Folha de São Paulo para todas as escolas.

Mas há uma explicação para as caras fora do script do candidato nesse discurso cômico: Serra leu o texto de um ghost-writer, um fantasma que escreveu hipocrisias ao redor do mantra "o Brasil pode mais, porque você pode mais". Esse foi o mesmo slogan de Alckmin, derrotado por Lula há quatro anos. Serra começou bem. A comédia é boa.

fonte: http://www.diretodaredacao.com/

07 março 2010

Significado do nome Maximiniano

MAXIMINIANO: variante de MAXIMINIANA (Sugerida por internauta - pendente de revisão)

Origem do Nome Maximiniano

Qual a origem do nome Maximiniano: LATIM

Significado de Maximiniano

Qual o significado do nome Maximiniano: DERIVADO DE MÁXIMO.

Significado e origem do nome maximiniano - Analise da Primeira Letra do Nome: M

Muito ligado a familia, e emotivo costuma exagerar nos seus cuidados e corre o risco de sufocar as pessoas que ama sendo assim. Tem muita energia e por isso deve sempre manter-se ocupado com alguma coisa. Nos relacionamentos amorosos ou mesmo de amizade, quando se magoa, procura se recolher para dentro de si mesmo e só sai quando recebe um pedido de perdão. Um bom conselho seria aprender a controlar seu temperamento e deixar as pessoas que ama mais na delas.

Significado do nome Maximiniano - Sua marca no mundo!

DISCIPLINA,PRATICIDADE,LEALDADE,CONFIABILIDADE,GOSTO PELO TRABALHO,SOLIDEZ E EFICIÊNCIA.

Confiança e lealdade é o que se pode esperar da pessoa cuja personalidade é marcada pelo número 4. Alguém que não admite superficialidade e covardia. Muito produtiva e eficiente, faz de sua bandeira a prudência e a disciplina. Com os pés no chão, não se deixa levar por nada que se mostre leviano ou propostas sedutoras demais. Pontual e responsável com seus compromissos, demonstra sempre uma grande estabilidade, fator que a faz respeitável por aqueles que a conhecem. Não deixa nada por acabar e respeita todos os regulamentos, por isso muitas vezes é considerada conservadora. Sua sobriedade não a permite ser muito extravagante, preferindo sempre um estilo mais clássico até no se vestir. Bom senso e discrição são marcas de alguém que leva à sério seus relacionamentos pessoais e profissionais. Uma tendência negativa é a de se tornar inflexivel e sistemática demais com detalhes. Uma forma de equilibrar este ponto e aproveitar as boas vibrações do seu número da personalidade é começar aceitando e considerando mais as opiniões dos outros. Assim a confiabilidade que lhe conferem terá ainda mais valor.

Maximiniano Significado - Numerologia - Expressão 5

COMO O MUNDO TE VÊ?

O número da Expressão revela a missão que tem, o que deve fazer ou ser nesta vida, para que atinja sucesso e alcance suas metas e objetivos. Descreve como você se expressa no mundo. O seu "eu" completo - personalidade, caráter, disposição, identidade, temperamento.Cheio de recursos e com uma mente aberta, tipo de pessoa que se mantem sempre informado. Muito inteligente e capta tudo com facilidade, por isso encontra diversas maneiras e idéias para fazer as coisas. Como aprecia a liberdade de se locomover e ir por onde quer, vive fugindo de responsábilidades ou de situações muito sólidas. Sente necessidade de mudança, e versatilidade de oportunidades, por isso acaba as vezes deixando seus projetos pela metade passando a imagem de pessoa insconstante. Por ser alguem de intresses muito variados tende a estar sempre fazendo várias coisas ao mesmo tempo. Busca ocupações em que não precise ficar isolado, nem fechado em quatro paredes. Profissões apropriadas para esta Expressão são aquelas que o colocam em contato com as pessoas, como detetive, agente do serviço secreto, agente de turismo, ator, inventor, promotor, líder cívico, político, advogado, editor, orador, guia turístico, caminhoneiro, publicitário, crítico de teatro. Atenção para o excesso de bebida, drogas ou sexo e com a permissividade.

maximiniano Significado - Numerologia - Impressões 6

COMO VOCÊ VÊ O MUNDO?

Mostra a pessoa como é interiormente. Revela como pensa, sente e age. Seu o desejo íntimo da alma, o seu "eu interior", suas esperanças, sonhos, ideais, motivações. As vezes é possível que percebamos essa manifestação, mas talvez não a expressamos como deveriamos ou mesmo não vivemos de acordo com ela, assim estamos reprimindo os nossos sentimentos e impulsos, o que gostariamos de ser ou fazer, estamos adormecendo nossos objetivos secretos, as ambições, os ideais mais intimos.Pessoas deste número costumam ter consideração por todos os seres e gostam de servir. Voltadas à família, ao lar e aos parentes, e é nesse ambiente que procuram amor, simpatia e aprovação. Necessitam de harmonia para sentirem-se bem por isso estão sempre à procura da paz. Românticas, afetuosas, idealistas, honestas, justas, verdadeiras e que possuem fortes princípios. Muitas vezes seu senso de obrigação e de servir o leva a fazer sacrifícios extremos - às vezes até desnecessários - por alguma pessoa ou aspiração. Não admitem ver seus ideais ou métodos sendo desafiados e as vezes isso os leva à teimosia e injustiça. Param tudo o que estão fazendo quando não conseguem o que desejam e não fazem mais nada. Diz tudo o que considera errado nas pessoas, as vezes de forma brusca, franqueza é uma frte caracteristica deste número mas não são muito capazess de administrar a situação inversa. Conseguem superar seus defeitos com compreensão, e nunca através da crítica. Sempre dispostas a ajudar as pessoas quando estão em dificuldades. Sentem-se mais felizes quando estão à serviço da humanidade. Demoram-se à casar na vida. Possuem um grande senso artístico e gostam de música, jardinagem e decoração. Tendem a se tornarem cantores, atores, professores, doutores, enfermeiros, poetas, engenheiros, fazendeiros, advogados, paisagistas, horticultores, mineradores, ceramistas, artistas comerciais, pintores, cozinheiros, marceneiros ou tapeceiros. O número 6 indica êxito no serviço social, em instituições de caridade, em hospitais ou ocupações relacionadas. O lado negativo os levam a ser autoritários, dominadores, intrometidos, irresponsáveis, teimosos, inclinados a discussões. Mas é à medida que faz mais pelos outros que ele alcança seu sucesso.

maximiniano Significado - Numerologia - Anseios da Alma 8

ANIMA - O QUE MOVE VOCÊ? A vibração da ANIMA mostra a impressão que você transmite às pessoas e os efeitos que lhes causam. Deve ser considerado um dos número mais importantes na sua vida. Conhecendo-o poderá entender o planejamento da sua vida. Compreendendo este plano e buscando viver de acordo com seu significado trará mais sentido à sua vida, e a fará mais útil e feliz. Ter consciência dessa vibração ajuda a reconhecer o porquê de suas aversões e gostos. Não desperdiçará um dia sequer de sua vida, e jamais a sentirá inutil ou sedentária na velhice se viver de acordo com as vibrações deste número. 8 - Vive em busca de poder, prosperidade e sucesso. Sonha em ser um executivo de uma grande empresa ou um empreendedor poderoso. Pensa em poder desfrutar tudo que o dinheiro possa comprar. Quer se projetar numa carreira que o torne uma personalidade influente, principalmente com acesso aos ambientes badalados de difícil penetração. Audácia e força são caracteristicas que busca para si, mas deve tomar cuidado e perceber que para conseguir tudo isto é preciso aprender antes a não ser arrogante, intolerante ou pretensioso.

Significado e origem do Nome Maximiniano - Arcanos do Tarot

Arcano 4 - O Imperador

SIMBOLOGIA O arcano do imperador representa o crescimento interior, o ser humano, e como ele pode vir a ser se desenvolver seus potenciais. Ele representa o começo e a continuidade da luta pelo progresso, a idéia de persistência e produtividade. Traz a imagem de tranqüilidade e segurança e um grande senso de responsabilidade. Fala também da conquista pela influência poderosa que possui, e traz a vitória consigo.
ASPECTOS POSITIVOS Representa também confiança, riqueza, estabilidade, liderança, domínio da inteligência e da razão sobre a emoção, desejo de aumentar o seu domínio sobre as coisas da vida. Representa a força por meio do sucesso material. Carrega em si sabedoria e senso de justiça. Exerce respeito sobre as outras pessoas, mas precisa do apoio de alguém confiavel para realizar-se.
ASPECTOS NEGATIVOS Quando permite passagem aos aspectos negativos mostra um lado imaturo, falta de energia, indecisão, incompetência, futilidade, limitação, dogmatismo, fraqueza de caráter, imobilismo, medo da autoridade, ingenuidade e tirania.
INTERPRETAÇÕES DO ARCANO NO SENTIDOS:
MENTAL: Inteligência equilibrada, que não despreza o plano utilitário.
EMOCIONAL: Acordo, paz, conciliação dos sentimentos.
FÍSICO: Os bens, o poder passageiro. Contrato firmado, fusão de sociedades, situação do acordo. Saúde equilibrada, mas com tendência à exuberância excessiva.
PALAVRAS SÁBIAS Vemos que este arcano fala da proteção paternal. Firmeza. Afirmação. Traz como mensagem o poder da vontade inquebrantável, e a execução do que está resolvido.
Organize a sua vida. Coloque em ordem seus pensamentos, seus projetos, seu coração, sua casa, seus armários... Deixe pronta a sua vida para receber o fruto de seus sonhos. As vezes devemos usar as nossas características masculinas: aguerrimento, tenacidade, firmeza, determinação, virilidade, comando, razão lógica, força, autoridade...
"Bem diga o trabalho de tuas mãos e no do pensamento coloque o coração..."
INFLUENCIA NA SUA VIDA Esse arcano influencia positivamente 65% da sua vida.

Arcano 5 - O Papa

SIMBOLOGIA O arcano do Papa representa penetração de Deus nos três mundos possíveis, o divino, o intelectual e o físico. Fala das virtudes que vencem os sete pecados capitais. Indica sabedoria e o sinal de obediêcia à ela. Mestre da ciência e dos mistérios sagrados, aquele que representa as inspirações do espírito e da consciência, a fertilização do espírito, o uso e o abuso do conhecimento esotérico ou ocultista.
ASPECTOS POSITIVOS É o grande pai da espiritualidade, que indica poder espiritual, autoridade, novos aprendizados, justiça, inteligência analítica, equilíbrio, dever moral, compaixão, bondade, consciência, um grande conselheiro e generosidade, é também a corporificação da autoridade e da lei. Cultua sua autoridade natural e preserva seu senso de justiça.
ASPECTOS NEGATIVOS No lado negativo pode vir a demonstrar vulnerabilidade, fragilidade, irracionalidade, moralismo estreito, superstição, conselheiro incompetente e ressentimento. Mostra também a dificuldade em se adaptar as novas circunstâncias ou a situações de mudança. Sem uso da razão não consegue dissipar as incertezas e as instabilidades que sempre rodeiam a vida.
INTERPRETAÇÕES DO ARCANO NO SENTIDOS:
MENTAL: O Pontífice representa a forma ativa da inteligência humana, que traz principalmente as soluções lógicas.
EMOCIONAL: Sentimentos poderosos, afetos sólidos, solicitude, sem cair em sentimentalismos. O Pontífice indica os sentimentos normais, tal como devem ser manifestados na vida, de acordo com as circunstâncias.
FÍSICO: Equilíbrio, segurança na situação e na saúde. Segredo revelado. Vocação religiosa ou cientifica.
PALAVRAS SÁBIAS Perceba que este é o arcano do ato da bênção, da iniciação, do ensino. Emprego da Lei, e do dever. Fala de moral e consciência. Aponta para a busca de sentido, e para a chegada da hora da verdade, sugere confiança na indicação do caminho da salvação.
Muitas vezes, para podermos tomar uma boa decisão, para agirmos na direção certa, devemos ouvir alguém que tenha mais experiência. Assim. depois estaremos prontos para efetuar o nosso próprio julgamento.
"De ouvido te havia escutado, mas agora meus olhos te vêem e o meu coração te sente..."
INFLUENCIA NA SUA VIDA Esse arcano influencia positivamente 70% da sua vida.

Arcano 6 - Os Enamorados

SIMBOLOGIA O Enamorado é um arcano que fala de uma encruzilhada, de um lado a virtude de outro o vício, cujas as alternativas se apresentam e obrigam a uma decisão. Indica indecisão, pois não há dominância. De qualquer maneira, os amantes tem como tema central o amor que só se realiza verdadeiramente com a liberdade de escolha, é a indecisão do ser humano frente a decisões difíceis, porém inevitáveis. Sem dúvida representa o momento de escolha entre dois caminhos em todos os aspectos da vida e a inquietação vivida por alguém que busca algo mas não encontra.
ASPECTOS POSITIVOS Trata de momento de escolha, liberdade, livre arbítrio, amor, união, visão para resolver problemas, confiança, necessidade de enfrentar provas, otimismo, cautela, coletividade, liberdade de emoção, nosso lado emocional. A solidão não é sua companheira. A harmonia na vida só acontece quando liberdade e responsabilidade estão bem dosadas.
ASPECTOS NEGATIVOS Aponta para a dispersão, falta de energia, dependência, insatisfação, separação, tentações perigosas, imprudência, inquietação, irresponsabilidade, vícios e hipocrisia.
INTERPRETAÇÕES DO ARCANO NO SENTIDOS:
Mental: Amor pelas belas formas e pelas artes plásticas.
Emocional: Dedicação e sacrifícios.
Físico: Os desejos, o amor, o sacrifício pela pátria ou pelos ideais sociais, assim como todos os sentimentos manifestados fortemente no plano físico.
PALAVRAS SÁBIAS O arcano fala da integração de ambos os sexos ao poder gerador do universo. Aponta para afetos, união, decisões e responsábilidades.
Não se deixe levar pela voz das emoções descontroladas quando for agir ou tomar uma atitude importante. A paixão é má conselheira.
"Trabalhos me dás Senhor e com eles forças..."
INFLUENCIA NA SUA VIDA Esse arcano é neutro em nossas vidas e não a influencia positiva ou negativamente.

Arcano 8 - A Justiça

SIMBOLOGIA O arcano da justiça é rerpresentado por uma mulher de olhar para frente que está sempre disposta a ouvir. Suugere equidade e imparcialidade, que indica a capacidade de decidir entre o certo e o errado. A Justiça está sempre erguida em postura de ação. Este arcano fala de um ideal de conduta para o homem, e sua capacidade para julgar todos os atos. É o equilíbrio entre o bem e o mal, a força moral e a integridade.
ASPECTOS POSITIVOS Indica virtude, integridade, recompensa e fala da administração imparcial de atitudes e de princípios morais, de acordo com o melhor interesse das pessoas envolvidas. A busca incansável pela verdade. Austeridade, imparcialidade, integridade, disciplina, prontidão, decisão, resolução e satisfação com o ego.
ASPECTOS NEGATIVOS Deve-se levar em consideração que toda ação produz uma reação e que seu espírito deve estar preparado para esse choque de forças, onde a imparcialidade é a arma mais adequada. Quando desequilibra-se os aspectos positivos deste arcano ele demonstra intolerância, abuso, excesso de severidade, punição, fanatismo, desordem, injustiça, cobranças e críticas.
INTERPRETAÇÕES DO ARCANO NO SENTIDOS:
MENTAL: Clareza de juízo. Conselhos que permitem avaliar com justeza. Autoridade para apreciar cada coisa no momento oportuno.
EMOCIONAL: Aridez, secura, consideração estrita do que se diz, possibilidade de cortar os vínculos afetivos, divórcio, separação. Este arcano representa um princípio de rigor.
FÍSICO: Processo, reabilitação, prestação de contas. Equilíbrio de saúde, mas com tendência a problemas decorrentes de excessos (obesidade, apoplexia), devido à imobilidade da carta.
PALAVRAS SÁBIAS Trata essencialmente de soluções boas e justas; equilíbrio, correção, abandono de velhos hábitos. Estabilidade e adaptação às necessidades.
A liberdade para agir de acordo com a própria vontade,implica em assumir a responsabilidade pelo que virá.
"Edifica um altar em teu coração, mas não faças do teu coração um altar (uma pedra)..."
INFLUENCIA NA SUA VIDA Esse arcano é neutro em nossas vidas e não a influencia positiva ou negativamente.

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fonte: http://www.significado.origem.nom.br/nomes/maximiniano.htm

28 fevereiro 2010

A paz é inútil para nós...

Se estivesse vivo, meu irmão hoje estaria completando 38 anos. Eu já teria ligado e lhe dado os parabéns, perguntado como as coisas estavam indo, como estavam aqueles familiares com os quais tínhamos mais proximidade e outras coisas que nos viesse à cabeça. Mas conversaríamos um pouco sobre tudo, ele me perguntaria como estava seu afilhado e meu filho, o "Pedrinho", mandaria um beijo pra ele e perguntaria quando eu iria para lá, a cidade do interior de SC onde morava com a (nossa) irmã.
Hoje percebo o quanto gostava dele, o quanto ele era essencial para a vida das pessoas que o rodeavam - e já faz dois anos e cinco meses que ele se foi.
Não houve um dia, desde aquele 24 de setembro de 2007, que eu não tenha lembrado dele. Um detalhe, uma palavra, uma música, um livro, uma piada, uma situação ridícula ou engraçada - sempre algo me faz lembrar do meu irmão.
Viajei no carnaval para SC e encontrei alguns amigos de infância e primos que falaram do quanto o "Bébe" faz falta para as cervejas, as cachaças, as piadas, as músicas, para a vida. Conversamos sobre ele e ao mesmo tempo tentávamos evitar falar sobre ele: a saudade nos batia e tínhamos receio de entristecer lembrando dele, o que o deixaria furioso, temos certeza.
A paz talvez seja algo, como diz a música, que não podemos ter, pois a lacuna deixada por algumas pessoas ficará para sempre.

Mas fica o legado e a lição de que temos sempre de cuidar daqueles que amamos, valorizar os momentos vividos juntos para depois tentarmos usar isso como consolo para a falta dessas pessoas...

27 fevereiro 2010

EXCLUSIVO: A CAPA QUE A REVISTA MAD NÃO "CENSUROU"























Está chegando agora? Clique aqui para entender o caso.


Do Cloacanews

25 fevereiro 2010

Assim é se lhe parece

por Luiz Carlos Azenha

Jornalismo não é Ciência exata. Jornais erram. Jornalistas erram. Erros admitidos e reparados, tocamos em frente. Às vezes o erro tem consequências gravíssimas, como no caso paradigmático da Escola Base. O famoso "espírito de manada" muitas vezes contribui para que pecados originais de pequena dimensão se agravem. O espírito de manada funciona assim: por decisão superior ou por interesse próprio, um jornalista decide "repercutir" uma notícia que dá como fato, sem fazer a confirmação independente daquela informação. Corre o risco de repercutir o erro. De ampliar o erro. De reproduzir a premissa falsa. Já vivi essa situação, "repercutindo" reportagens da revista "Veja", na TV Globo: é como se você validasse um bilhete premiado sem ter tido a oportunidade de confirmar antes a premiação.

Assim se deram algumas das grandes "crises" que o Brasil enfrentou desde que o governo Lula se instalou no poder, como o "caos aéreo", a "epidemia de febre amarela" e a "gripe suína". Má fé, incapacidade técnica, preguiça, preconceito ideológico e a crença de que a mídia deve ser "de oposição" a qualquer custo, mesmo que ao fazer isso atropele a verdade, levaram a mídia corporativa a exagerar, distorcer ou repercutir acriticamente informações que, mais tarde, se demonstrou serem exageradas ou simplesmente fictícias.

No episódio da febre amarela, por exemplo, o texto-símbolo em minha opinião foi o "Alerta Amarelo", de Eliane Cantanhêde, da Folha de S. Paulo, em que a jornalista incentivou todos os brasileiros a correr para o posto de saúde e tomar a vacina, independentemente das contra-indicações existentes.

Ela escreveu:

Bem, o Orçamento, os impostos e os cortes de gastos estão a mil por hora em Brasília neste pós-CPMF, com ministros do Executivo, todo o Legislativo e o Judiciário em pânico diante da tesoura da área econômica do governo. O fantasma da febre amarela, portanto, paira sobre o país como um alerta num momento crucial, para que a saúde e a educação sejam preservadas antes de tudo o mais. Senão, Lula, o aedes aegypti vem, pica e mata sabe-se lá quantos neste ano --e nos seguintes.

O alerta da colunista foi apenas um texto irresponsável no conjunto da obra do mau jornalismo. A vacinação disparou. Gente que não precisava ou não podia ter tomado a vacina, tomou. Houve pelo menos um caso de morte que poderia ter sido evitada. E a febre amarela? O número de casos foi inferior ao registrado em anos anteriores, quando não houve o mesmo alarde.

No "caos aéreo", um conjunto de acontecimentos distintos e vagamente relacionados foi utilizado para provocar a demissão do ministro da Defesa, Waldir Pires, substituído  por Nelson Jobim. Problemas reais de infraestrutura e de mau gerenciamento foram reunidos sob a tarja do "caos aéreo" à greve de controladores de vôo e ao acidente com o avião da TAM em Congonhas. O acidente, uma fatalidade causada por erro humano, foi atribuído ao presidente da República por um colunista da Folha de S. Paulo. Lula foi acusado, na primeira página, pelo homicidio de 200 passageiros. O psicanalista Francisco Daudt escreveu:

Gostaria imensamente de ter minha dor amenizada por uma manchete que estampasse, em letras garrafais, “GOVERNO ASSASSINA MAIS DE 200 PESSOAS”. O assassino não é só aquele que enfia a faca, mas o que, sabendo que o crime vai ocorrer, nada faz para impedi-lo. O que ocorreu não pode ser chamado de acidente, vamos dar o nome certo: crime.

No caso da gripe suína, uma epidemia real foi de tal forma "espetacularizada" que colocou autoridades públicas sob pressão para tomar medidas que, em retrospectiva, sabemos agora terem sido exageradas -- especialmente o adiamento do início das aulas em vários estados brasileiros. Na Folha de S. Paulo, o filósofo Hélio Schwartsman escreveu:

A pandemia de gripe provocada pela nova variante do vírus A H1N1 poderá atingir entre 35 milhões e 67 milhões de brasileiros ao longo das próximas cinco a oito semanas. De 3 milhões a 16 milhões desenvolverão algum tipo de complicação a exigir tratamento médico e entre 205 mil e 4,4 milhões precisarão ser hospitalizados.

A repórter Conceição Lemes desmontou de forma primorosa o texto doidivanas da Folha.

Só posso especular sobre os motivos que levaram ao surgimento desse novo jornalismo, à brasileira: decadência da importância relativa dos jornais como formadores de opinião; denuncismo manchetista, como forma de enfrentar a competição com o infotainment; briga por um público mobilizado por outras formas e meios de entretenimento e informação (TV a cabo, DVDs, internet, celulares); demissão dos jornalistas mais experientes das redações e a centralização do poder nos aquários dos chefes; estridência de quem luta para evitar ou mascarar sua própria irrelevância; compromisso ideológico dos donos da mídia com o projeto político e econômico do PSDB/DEM.

Mas o que mais me preocupa é um fenômeno paralelo a esse, que diz respeito exclusivamente ao campo da informação, já que qualquer um é livre para dizer as besteiras que quiser nas colunas de opinião: uma certa "flexibilização" das regras do que deve ou não ser publicado, uma tentativa de legitimar novos critérios que afastam ainda mais o jornalismo da verdade factual.

Um exemplo disso foi o texto publicado na revista Veja, de autoria do repórter Márcio Aith, na famosa denúncia das contas (falsas, soubemos depois) de autoridades do governo Lula no Exterior. Na ocasião, Aith escreveu:

Por todos os meios legais, VEJA tentou confirmar a veracidade do material. Submetido a uma perícia contratada pela revista, o material apresentou inúmeras inconsistências, mas nenhuma suficientemente forte para eliminar completamente a possibilidade de os papéis conterem dados verídicos.

Leia aqui o texto que escrevi a respeito

Aqui, o texto completo publicado na revista

Antes, um repórter se esforçava para provar o conteúdo de um documento, antes de publicá-lo. Caso contrário, a reportagem ia para a gaveta ou o lixo.

Agora, pelo critério enunciado por Aith, você publica se não conseguir provar que aquele conteúdo é falso. Não parece, mas isso representa uma enormidade, já que abre as portas para publicar qualquer coisa.

É como se, no Direito, o ônus da prova fosse transferido para o acusado. Preso, teria de desprovar as acusações que o levaram à cadeia.

Isso abre espaço para, por exemplo, na véspera de uma eleição importante, você publicar qualquer denúncia, de qualquer origem, desde que não tenha conseguido desprovar a autenticidade de um documento. Falsificadores, mãos à obra: seu trabalho pode sair na capa de um jornal ou numa revista de circulação nacional. Quem sabe no Jornal Nacional.

Sim, porque mais adiante, depois dos episódios relativos ao chamado "caos aéreo", o diretor de jornalismo da TV Globo, Ali Kamel, chegou a enunciar uma teoria geral desse jornalismo frouxo, no famoso "testando hipóteses".

Em artigo publicado no jornal O Globo, em defesa da cobertura que os jornais fizeram do acidente da TAM, Kamel argumentou:

Na cobertura da tragédia da TAM, a grande imprensa se portou como devia. Não é pitonisa, como não é adivinha, desde o primeiro instante foi, honestamente, testando hipóteses, montando um quebra-cabeça que está longe do fim.

O teste de hipóteses de Kamel é uma espécie de carta branca para a especulação em busca da verdade factual. Como bom mistificador, Kamel inclui um "honestamente" ali na frase: nós, leitores, devemos acreditar piamente na honestidade dos jornais, tanto quanto acreditamos em Deus ou no ataque do Corinthians. É um convite à especulação, desde que precedido pela confissão de que, sim, estamos procurando a verdade factual.

Aith e Kamel, na prática, pregam o afrouxamento dos critérios tradicionais do jornalismo e abrem espaço ainda maior para os assassinatos de caráter, o jornalismo de dossiê e outras práticas que afastam nossa profissão do ideal de serviço público e a tornam ainda mais sujeita a ser usada como ferramenta em disputas políticas e sobretudo econômicas (como o notório comprometimento de setores da mídia com os interesses do banqueiro Daniel Dantas didaticamente expôs).

Mais recentemente, no episódio da publicação de uma ficha policial falsa da ministra Dilma Rousseff, a Folha de S. Paulo parece ter endossado esses novos critérios.

Fez isso, curiosamente, em uma reportagem em que admitia ter errado.

O texto está aqui.

No texto, intitulado Autenticidade de ficha de Dilma não é provada, escreveu o jornal:

O primeiro erro foi afirmar na Primeira Página que a origem da ficha era o "arquivo [do] Dops". Na verdade, o jornal recebeu a imagem por e-mail. O segundo erro foi tratar como autêntica uma ficha cuja autenticidade, pelas informações hoje disponíveis, não pode ser assegurada -- bem como não pode ser descartada.

Nesse caso, a Folha criou uma nova categoria para a notícia. Temos as notícias autênticas. As fraudes. E as notícias que frequentam uma espécie de limbo, que merecem ou não credibilidade, de acordo com o gosto do freguês. A essa categoria de notícias pertence a ficha policial da ministra Dilma, cuja autenticidade "não pode ser assegurada -- bem como não pode ser descartada".

No mesmo texto, a Folha cuidou de suscitar dúvidas no leitor sobre sua própria admissão de erro, no parágrafo final:

Pesquisadores acadêmicos, opositores da ditadura e ex-agentes de segurança, se dividem. Há quem identifique indícios de fraude e quem aponte sinais de autenticidade da ficha. Apenas parte dos acervos dos velhos Dops está nos arquivos públicos. Muitos documentos foram desviados por funcionários e hoje constituem arquivos privados.

Ou seja, a ficha falsa da Dilma que a Folha não encontrou nos arquivos oficiais pode estar por aí, em algum "arquivo privado", talvez o mesmo "arquivo privado" que "produziu" a ficha e a remeteu por e-mail ao jornal.

Nesse conjunto de critérios que relacionei acima cabe a publicação de qualquer coisa: dossiês até que sejam autenticados, dossiês cujo conteúdo a gente não consegue provar, nem desprovar; dossiês que a gente acredite, honestamente, serem verdadeiros. O novo jornalismo nos pede licença para mentir, distorcer, omitir, descontextualizar, exagerar, especular, espalhar boatos, lendas e fantasias.

É a vitória da verossimilhança sobre a verdade factual. Assim é se lhe parece.

fonte: http://www.viomundo.com.br/opiniao/assim-e-se-lhe-parece/

08 fevereiro 2010

A manchete da Folha e a estratégia do PSDB

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SÃO PAULO NÃO CONSEGUE ESCOAR CHUVA RECORDE

Aqui em São Paulo sabemos o motivo: o governador José Serra não fez a limpeza da calha do rio Tietê, não fez a manutenção da obra entregue por seu antecessor do mesmo partido, Geraldo Alckmin.

Como todos os caminhos fluviais de São Paulo levam ao rio Tietê, se o Tietê não dá vazão, os afluentes do Tietê transbordam.

É em parte por isso que o Tamanduateí transbordou, que o riacho do Ipiranga transbordou, que o próprio Tietê transbordou quatro vezes, três delas sob o governo de José Serra.

É por isso que, ao transbordar, o Tietê e outros rios espalharam coliformes fecais pela cidade, inclusive no grande centro de abastecimento de frutas, legumes e verduras, a CEAGESP.

Por isso e pelo fato de que a Sabesp joga o esgoto nos rios da cidade, embora faça propaganda milionária de seus serviços por todo o Brasil como se estivesse levando saúde aos paulistas.

É isso mesmo: a Sabesp ajuda a criar a mistura explosiva que escorre nos rios que atravessam São Paulo. À água dos rios se junta a água da chuva coletada pelas galerias pluviais da cidade e mais a água do esgoto coletado pela companhia de "saneamento"!

Ou seja, São Paulo não só não consegue escoar a chuva recorde, como a mistura com o esgoto e a transporta por rios assoreados que transbordam e distribuem água + coliformes fecais pelas ruas, avenidas, casas, parques, instalações industriais, comerciais e de abastecimento da população.

Essa manchete genuinamente paulista não sai na Folha de S. Paulo.

PS: Talvez o texto abaixo, reproduzido no UOL, ajude a explicar a manchete da Folha, como sugeriram os leitores Jade e Regis Annoni.

gargalos.jpg

fonte: http://www.viomundo.com.br/opiniao/a-manchete-da-folha-e-a-estrategia-do-psdb/  

05 fevereiro 2010

COMO CALCULAR A DATA DO CARNAVAL?

O carnaval está entre as festividades ou feriados em que ocorrem em datas móveis. Por isso, para muita gente ainda persiste o mistério em saber porque a data do carnaval varia de ano para ano.
O cálculo da data do carnaval se realiza em função do dia da Páscoa. Ele ocorre sempre sete domingos antes do domingo de Páscoa. Porém, a Páscoa também é uma festividade com data móvel e para calcular a Páscoa devemos observar o primeiro domingo de lua cheia após o dia 21 de março, época em que ocorre o equinócio da primavera no Hemisfério Norte. O equinócio é o ponto da órbita da terra em que se registra uma igual duração do dia e da noite, fenômeno que ocorre nos dias 21 de março e 23 de setembro.
Definida a data do Domingo de Páscoa, é só contar 46 dias para trás e encontrar a Quarta-Feira de Cinzas. Mas ainda existe uma dificuldade para quem quiser descobrir sozinho o dia do próximo carnaval: como a data da lua cheia usada para o cálculo não é exatamente a real (embora bem aproximada) será preciso consultar as tabelas eclesiásticas confeccionadas com base no que foi definido pelo Concílio de Nicéia (325 d.C.).
O Carnaval tem diversas origens possíveis, que nos levam a milhares de anos antes de Cristo. A palavra carnaval pode ter a sua origem na expressão latina "carrum novalis", utilizada pelos romanos para abrirem seus festejos. Ou talvez na palavra "carnelevale", que significa "adeus à carne", em dialeto milanês, uma referência ao início da Quaresma cristã.
Embora ninguém saiba ao certo como o Carnaval surgiu, alguns historiadores acreditam que sua origem remonta a celebrações ligadas à chegada da primavera na Europa, comemorada com festejos na Grécia e na Roma antigas. No ano 590 d.C., a Igreja Católica incorporou o Carnaval ao seu calendário, convencionando que a Quarta-Feira de Cinzas marca o início da Quaresma que vai até a Páscoa (ressurreição de Jesus Cristo).
Diferente do carnaval que existia no resto da Europa (e que hoje desapareceu), o carnaval realizado em Portugal era uma brincadeira de sujar as pessoas com tudo possível, principalmente comida. Foi este o carnaval levado para suas colônias, inclusive o Brasil.
 

29 janeiro 2010

A CRISE QUE O GLOBO INVENTA

Sempre que você vê uma manchete de algum dos representantes da "grande" imprensa, deve ficar atento. Esta inocente chamada do Globo esconde as tradicionais armadilhas que levaram a mídia brasileira a ser conhecida pela alcunha de Partido da Imprensa Golpista.

Ora, O Globo poderia ter dito apenas "Brasil sai da crise", ou se pretendesse falar a verdade, diria, "Brasil sai da crise melhor do que a grande maioria dos países". Se quisesse ser mais realista ainda, estamparia "Crescimento do Brasil na crise foi um dos maiores do mundo".

Mas O Globo prefere falar o óbvio, para dizer que não fomos assim tão bem. Afinal, se for pra dar crédito para alguém, darão para aqueles que lhes interessa no poder. Só a eles.

É claro que saímos da crise com as exportações em baixa. E qual foi o país que saiu dela com exportações em alta? Por certo que em momentos como esse que o planeta viveu, todos cortam os produtos importados, para tentar proteger a indústria nacional, o que por conseguinte significa, que os países de quem eles comprariam, estão exportando menos. Traduzindo, TODOS vendem menos para fora. E claro que o Brasil está no meio de TODOS os países do mundo.

Não nos esqueçamos. Incluindo a China.

A imprensa brasileira deveria crescer, entende? Deveria parar de ser ridícula. O Globo deveria perguntar onde está o Serra, que tomou chá de sumiço enquanto 69 pessoas morrem em razão das enchentes que os milênios de administração tucana do estado de São Paulo, não conseguem conter, porque os córregos não dão vazão, porque não há saneamento básico, porque faltam piscinões que deixaram de ser construídos.

Porque algumas bocas de lobo da capital paulistana são somente "bocas". Seus canos não levam a lugar algum. Dois metros de cano e pronto.

Deveria falar sobre as dragagens de rios e córregos que não foram feitas. Deveria falar que a leptospirose, os ratos e as cobras estão invadindo casas da periferia por causa da água acumulada.

Deveria falar que o Estado mais rico da federação está abandonado. Sua parte mais pobre não está devendo nada para o Haiti.

E pra não dizer que este comentário é infundado, que é coisa de essquerda descendo a ripa no PSDB, Curitiba, que também é administrada pelo mesmo grupo do Serra há séculos, do mesmo modo que São Paulo, tem uma das maiores médias de chuva da história recente. E um dos menores índices de alagamentos. Parece que mesmo entre os tucanos, há diferenças grosseiras.

Mas O Globo prefere criar factóide. Inventar uma crise que não existe.

Clique aqui para enteder a lógica da fabricação de uma denúncia.
Clique aqui para ver que O Globo esqueceu de dizer que tivemos o menor desemprego da história.
Clique aqui para ver outra maravilhosa manipulação de manchete do Globo.
 

25 janeiro 2010

Folha omite pesquisa de 2004 e diz que satisfação com São Paulo aumentou, quando caiu

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Quem descobriu foi o MPost: a Folha de S. Paulo omitiu a pesquisa acima, feita em 2003 e publicada em 25.01.2004,  no último ano do governo municipal de Marta Suplicy, quando o cidadão paulistano deu nota 7,7 à cidade.

Pulou direto do primeiro ano do governo Marta, em 2001, quando a nota foi de 6,1, para a nota deste ano, no governo de Gilberto Kassab, quando os paulistanos deram nota 7,4 à cidade.

Ou seja, omitindo a própria pesquisa, a Folha pode dizer que a satisfação do paulistano com a cidade aumentou entre 2001 (6,1) e 2010 (7,4); quando, na verdade, ela diminuiu de 7,7 (2004) para 7,4 (2010).

Nem a Folha leva o Datafolha a sério.

Do Vi o Mundo,  http://www.viomundo.com.br/voce-escreve/folha-omite-pesquisa-de-2004-e-diz-que-satisfacao-com-sao-paulo-aumentou-quando-caiu/

20 janeiro 2010

O nome da tragédia

Para quem tem sensibilidade humana, choca ver que as tragédias humanitárias, depois de milênios de história, ainda continuam acontecendo muito mais entre os negros. Essa tragédia no Haiti apenas confirma a regra.

Há miséria chocante na Ásia, sim, entre orientais ou muçulmanos, mas aonde quer que se vá, para onde quer se olhe no globo terrestre, os negros sempre serão os mais afetados. Sofrem as piores doenças, têm os piores indicadores sociais, suportam as piores discriminações.

Olhem para a África, senhoras e senhores. Ou, se preferirem, olhem para as partes mais miseráveis do Brasil e lá estarão eles com suas peles de ébano e seus olhos faiscando de sofrimento e da mais justa das revoltas.

E a pele nem precisa ser totalmente escura. Na verdade, os descendentes de negros e brancos, de negros e índios, de negros e orientais, enfim, todo aquele que carrega a herança genética da negritude estará sempre entre os mais prejudicados.

E o mais doloroso é que, cientificamente, está provado que a cor da pele e os traços dos negros e seus descendentes decorrem de questões climáticas. A natureza faz com que aqueles que vivem em regiões onde o sol incide de forma mais inclemente desenvolvam pigmentação da pele adequada a enfrentar o clima.

Em suma, o que ajuda a sustentar essa situação é a hipocrisia e a mais perversa desonestidade.

Pequenos contingentes de negros vencem na vida, sim, mas quase sempre no esporte ou nas artes. E há um contingente diminuto que se destaca na academia, na política e em outras atividades mais intelectualizadas.

Mas quando se compara percentuais entre as etnias, o prejuízo aos negros e aos descendentes de negros é gritante.

Tudo advém da discriminação, seja explícita ou dissimulada. As maiores vítimas do nosso péssimo sistema público de ensino ou de saúde, são os negros. E em tudo mais é assim.

As imagens daquela massa de pele escura no Haiti padecendo todas aquelas torturas constituem uma bofetada no rosto da humanidade, uma acusação à etnia branca, que se beneficia da discriminação e da desigualdade decorrentes da cor da pele.

A tragédia no Haiti tem nome, pois. E esse nome é racismo.

fonte: http://edu.guim.blog.uol.com.br/


13 janeiro 2010

FABRICAR CRISE MILITAR VIROU MODA


E chegamos a 2010, um ano que promete ser bastante movimentado. Nas últimas horas de 2009 o Brasil viveu uma "crise" (entre aspas) na área militar provocada verdadeiramente pela mídia conservadora com um suposto pedido de demissão dos comandantes do Exército, Marinha, Aeronáutica e do Ministro Nelson Jobim. O motivo, segundo O Estado de S.Paulo, a Folha de S. Paulo, O Globo e a TV Globo teria sido a criação de uma Comissão Nacional de Verdade e Justiça que visa apurar fatos relacionados a violações dos direitos humanos no período da ditadura, de 1964 a 1985.

Com um noticiário totalmente manipulado, tanto que a crise acabou como por encanto, os referidos veículos misturaram alhos com bugalhos. Esqueceram de dizer que o anúncio feito pelo atual governo foi o da terceira versão do Programa Nacional de Direitos Humanos (PNDH), criado originalmente no governo do então presidente Fernando Henrique Cardoso, quando o atual Ministro da Defesa, Nelson Jobim, exercia a função de Ministro da Justiça. Na época, Jobim sonhava algum dia vestir uma farda de campanha militar e sair por aí, sem ser no Carnaval. Conseguiu tornar o sonho realidade e volta e meia aparece com a vestimenta que lhe agrada.

A mídia conservadora, possivelmente de forma deliberada, omitiu que a proposta da Comissão de Verdade e Justiça não tem caráter deliberativo e tinha sido aprovada na décima primeira Conferência Nacional de Direitos Humanos, por 20 votos a dois. Lula assinou a medida e agora para virar lei precisa da aprovação do Congresso. Ou seja, os jornalões não informaram corretamente e ainda por cima se empenharam no sentido de fazer crer que a Comissão tinha o objetivo de punir torturadores e assassinos do período ditatorial. Não é esse o objetivo, mas tornar claro o que foi feito no período.

A extrema direita, representada hoje também em sites na Internet com uma linguagem do tempo da onça e até transmitida por alguns psicopatas, tentou ampliar a "crise" que não houve ouvindo gente vinculada a pior espécie dos tempos da ditadura. Curiosamente, tanto os extremistas de direita quantos os jornalões e a mídia eletrônica ignoraram a nota oficial do Palácio do Planalto negando o pedido de demissão e ainda o suposto encontra às pressas na Base Aérea de Brasília entre Jobim e Lula.

Mal terminada a "crise", a Folha de S. Paulo abria as baterias para uma outra "crise militar". Desta feita para dizer que um relatório técnico da Força Aérea Brasileira (FAB) na questão da compra dos jatos para o reequipamento da Aeronáutica entrava em choque com o desejo de Lula de prirorizar a compra dos franceses Rafales. A FAB, segundo Eliane Catanhede, a mesma que noticiou a "crise militar" do fim de ano, teria optado pelos jatos suecos.

A direita midiática, ao mais puro estilo do período que antecedeu ao golpe de abril de 64, está muito assanhada e quer porque quer noticiar, segundo se pode depreender, tendo em vista a campanha eleitoral que vem por aí. E muitos petardos podem surgir neste 2010 que se inicia.

Enquanto isso, a Presidente Cristina Kirchner ordenou abertura de todos os documentos do período da ditadura militar que fez desaparecer 30 mil opositores. A exceção ficou por conta do material relativo à Guerra das Malvinas. Aqui no Brasil na área dos direitos humanos qualquer tentativa do gênero é apresentada como revanchismo. Uma lorota, porque quando se exige conhecer toda a verdade sobre o período obscuro da história brasileira, não tem nada a ver com revanche, até porque os defensores dessa posição e mesmo a eventual punição de crimes contra a humanidade cometidos naquele período, não almejam torturar ou matar ninguém. Os que cometeram esses delitos teriam todo o direito de defesa, o que não possibilitaram aos opositores do regime ditatorial.

E para terminar, Boris Casoy isto é uma vergonha, ofendendo os garis por falha do áudio da TV Bandeirantes, mesmo falando em off, mostrou o que pensa. Em alto e bom som indignou-se com os trabalhadores considerando-os "últimos da escala social". Não adiantou pedir desculpas. Agora a bola está com o Sindicato que representa os trabalhadores que Casoy ofendeu. Para se penitenciar mesmo, a Band teria que fazer uma reportagem especial sobre a importância dos garis para uma cidade, ainda mais como São Paulo, e destinar a publicidade de um telejornal da emissora para o sindicato. E, claro, voltar a ouvir os dois garis ofendidos. Será que o senhor Saad topa limpar a barra da Band?

E Sergio Cabral mostrou a sua verdadeira face de protetor da especulação imobiliária e ainda aparece em Angra dos Reis como se nada tivesse acontecido em matéria de flexibilização de construções que acabaram piorando o efeito dos temporais.

UOL PROTEGE ARRUDA


Cada árvore deste planeta sabe que o Grupo Folha NÃO é isento. Faz um jornalismo engajado, onde vislumbra unicamente os seus interesses. E os interesses de seus amigos e aliados.

E a cada semana, senão a cada dia, damos prova disso na blogsfera. Especialmente nas manchetes das notícias, afinal, são sabedores a grandessíssima maioria das pessoas só passa os olhos nas manchetes, não lê o conteúdo.

Veja no destaque acima a diferença entre as manchetes do Terra e do UOL sobre o mesmo assunto. O Terra fala que Arruda só conseguiu se safar porque seus aliados fizeram troça das investigações do mensalão do dinheiro na meia e na cueca.

Já na manchete do UOL, o Arrudão obteve "vitória", como se nem culpado fosse. Como se o estivessem perseguindo. Tadinho.

É esta a isenção de um grupo que tem o rabo preso com o "leitor".
 
Clique aqui para ver que o UOL traduziu como quis a reportagem do NY Times sobre o filme de Lula.
Clique aqui para ver outra manipulação de manchetes do UOL.
Clique aqui para ver o Taxab nadando em dinheiro que mais tarde vai para os amigos da imprensa.
Clique aqui para ver o dinheiro na meia do Arrudão, que a Folha defende.
 

08 janeiro 2010

Outsider: quem não se enquadra


A figura do outsider. Do cara que não se enquadra. Do sujeito que não faz questão de pertencer a nenhuma turma. O cara que no colégio sentava na última carteira, não falava com ninguém e ia embora sozinho. Havia algo de muito maneiro em figuras desse naipe.

Numa sociedade onde qualquer babaca quer virar celebridade, a figura do "ninguém" sempre me pareceu o melhor modelo de vida. E aqui não vai nenhuma pretensão estilosa do tipo "é legal ser diferente". Porra nenhuma. O que eu penso é que simplesmente "ninguém precisa ser igual".

Cada pessoa devia andar por aí rezando pela própria Bíblia, ou seja, fazendo suas próprias leis e fazendo uso de seu livre arbítrio. Mas não é o que tem acontecido.

Assisto sem nenhum entusiasmo e com bastante perplexidade aqueles filmes americanos de turmas de universidade com aquelas indefectíveis fraternidades onde o cara passa por uma coleção inimaginável de humilhações apenas com o inacreditável intuito de ser aceito em uma fraternidade de babacas. Não é muito diferente das merdas dos trotes universitários brasileiros. Babaca não respeita geografia.

Fico imaginando o que leva uma pessoa a essa necessidade doentia de ser aceito. E com o tempo me parece que em busca de aceitação as pessoas têm se padronizado de maneira assustadora e alarmante.

Hoje em dia a rapaziada usa piercing, tatuagem (não que eu tenha exatamente nada contra o uso de piercings ou tatuagens, mas é que parece que grande parte da molecada começa a usar apenas numas de copiar outra pessoa e aí é esquisito), o mesmo corte de cabelo, gosta das mesmas músicas e das mesmas roupas e emprega as mesmas expressões ("Galera", "é dez", "é show", "baladinha" e outras que eu não consigo sequer repetir aqui sem ter o meu estômago revirado) e aí ele se sente parte de alguma coisa, é compreendido e aceito e não vira motivo de zombaria entre os demais, justamente por não ser diferente.

Então o que acontece é muito simples. Se o sujeito tá num grupo onde o lance é odiar alguém, seja quem for, pode ser negro, viado, gordo, mulher ou o Mico-Leão Dourado, então o cara vai passar a odiar, ele nem sabe o motivo, é que a turma odeia e ponto. E se a turma pinta o cabelo de azul, então o panaca pinta também. E se a turma acha que é legal praticar artes marciais pra sair dando porrada em desavisados noturnos, então o cara automaticamente se inscreve numa academia e sai de lá o mó Steven Seagal.

E acha legal sair de carro com uma piranha oxigenada (esses caras sempre andam com piranhas descerebradas que são apreciadoras de bravatas intimidatórias) e provocar o primeiro sujeito pacífico que eles cruzarem pela frente. E vai ser providencial se eles pegarem pela frente um carinha com um livro do Kafka no ponto de ônibus. Esses caras nutrem um profundo ódio por qualquer sujeito que consiga articular mais que duas frases inteligíveis. E as suas piranhas são as primeiras a aplaudir o massacre.

Não tô aqui querendo de maneira nenhuma desmerecer o trabalho de alguns professores de artes marciais que sei o quanto são sérios e dignos. Mas é que sem a devida orientação eles estão criando um exército de babacas extremamente perigosos.

E é claro que a mídia e a publicidade incentivam irresponsávelmente esse estilo de vida. Elas querem todo mundo comprando e consumindo as mesmas coisas, coisas essas que eles fabricam em larga escala para atender a demanda desenfreada.

Numa novelinha como Malhação, só pra citar um exemplo bastante óbvio, a impressão que fica é que o roteirista escreveu um monólogo e depois distribuiu as falas entre vários personagens. Não há diferenciação de personalidade. Todos falam as mesmas coisas, do mesmo jeito e usando as mesmas expressões. Em resumo: fique igual e permaneça legal.

Há um processo de idiotização total e irrestrita avançando a passos largos. E essa busca pela padronização e no conseqüente status mediano (estou sendo generoso com esse "mediano") que as pessoas têm alcançado ganhou por esses dias duas novas forças de responsa.

A MTV "onde é que estão os clipes, porra?" estreou dois programas que são verdadeiras aberrações. O primeiro deles é o tal Missão MTV onde a Modelo Fernanda Tavares totalmente destituída de qualquer coisa que possa ser chamada de carisma, apesar de bonitinha (é o mínimo que se pode esperar de uma modelo) é chamada para padronizar qualquer sujeito que não esteja seguindo as regrinhas do que eles chamam de "bom gosto". Então se uma garota não fizer o gênero patricinha afetada, então ela automaticamente está out e a missão da Fernanda é introduzir a "rebelde" ao mundo dos iguais.

E dá-lhe o que eles chamam de "banho de loja". Se o cara usa roupas largas e o cabelo sem uma preocupação fashion e ainda se diz roqueiro, então eles transformam o coitado num metrosexual glitter afetado e por aí vai. Parece que a mulher vai dar um jeito no quarto de um sujeito. Ela diz que tá tudo errado no quarto do cara. Como assim? É o quarto dele, porra. Enfim, é proibido ter estilo. Quem não se enquadra, sai de cena. Em resumo, um programa vergonhoso.

Mas o pior ainda é o outro: O inacreditável e assustador Famous Face. Sacaram qual é a desse? Uma maluca encasqueta que quer ficar parecida com a Jeniffer Lopez ou com a Britney Spears e tal estultice é incentivada. Em resumo, a transformação é filmada e testemunhamos a verdadeira frankesteinização sofrida pela pobre iludida. Ela se submete à operação plástica, lipoaspiração e o caralho. Chega a ser nojento. Eu não entendo qual é a de um programa como esse. Será que a indústria da cirurgia plástica tá precisando de uma forcinha? Eu duvido. Nunca vi se falar tanto em botox, silicone, lipo e outras merdas. Todo mundo tentando evitar o inevitável. Todo mundo querendo retardar o tempo incontrastável. Vivemos cada vez mais em uma gigantesca e apavorante Ilha do Dr. Mureau. Foda-se Dorian Gray. Eu sou bem mais as rugas de Hemingway.