29 agosto 2012

Ratinho fumageiro?

Será que o Ratinho tem plantação de fumo? O debate de hoje de manhã, no Jornal da Massa, sobre aquelas imagens que vêm nas carteiras de cigarro, foi de amargar. Parabéns à Rute, que se manteve sempre coerente e nos deu o prazer, num outro momento de debate sobre a ação policial que invadiu a casa e prendeu um casal inocente, de chamar o almofadinha do Paulo Martins de "juvenil". O piti que ele deu, ao pedir "respeito" à Rute,  é digno de ser postado no Youtube.

22 agosto 2012

A farsa e os farsantes


A FARSA E OS FARSANTES

Por Bob Fernandes

Há quem diga ser uma farsa o julgamento do chamado "mensalão".
Mas não, não é uma farsa. É fruto de fatos.
Ou era mesada, o tal "mensalão", ou era caixa dois (esse todo mundo faz).
Mas não há como dizer que há uma farsa.
E quem fez, se fez, que pague o que fez.
A farsa existe, mas não está nestes fatos.

Farsa é, 14 anos depois, admitir a compra de votos para aprovar a reeleição em 98 – do Fernando Henrique Cardoso -, mas dizer que não sabe quem comprou. Isso, ao tempo que aponta o dedo e o verbo para as compras agora em julgamento.
A compra de votos existiu em 97.
Mas não deu em CPI e não deu em nada.

Farsa é fazer de conta que em 98 não existiram as fitas e os fatos da privatização da Telebras.
É fazer de conta que a cúpula do governo, de então, não foi gravada em tramóias e conversas escandalosas num negócio de R$ 22 bilhões.
Aquilo derrubou um pedaço do governo tucano.
Mas não deu em CPI. Não deu em nada e ninguém foi preso.

Farsa é esquecer que nos anos PC Farias se falava em corrupção na casa do bilhão. Isso no governo Collor; eleito, como lembramos, com decisivo apoio da chamada "grande mídia".
À época, a polícia federal indiciou 400 empresas e 110 grandes empresários.
A justiça e a mídia deixaram p'ra lá o inquérito de 100 mil páginas, com os corruptos e os corruptores.
Tudo prescreveu.
Fora o PC Farias, ninguém pagou.
Aquilo foi uma farsa.

Farsa foi e tem sido o silêncio estrondoso diante do livro "A Privataria Tucana". Livro que, em 115 páginas de documentos de uma CPI e investigação em paraísos fiscais, expõe bastidores da privatização da telefonia.
Farsa é buscar desqualificar o autor e fazer de conta que os documentos não existem ou são "velhos".
Como se novas fossem as denúncias agora repisadas nas manchetes na busca de condenações a qualquer custo.

Farsa é continuar se investigando os investigadores e se esquecer dos fatos que levaram à operação Satiagraha.
Operação desmontada a partir da farsa de uma fita que não existiu.
Fita fantasma que numa ponta tinha Demóstenes Torres e a turma do Cachoeira. E que na outra ponta da conversa, que ninguém ouviu, teve o ministro Gilmar Mendes.

Farsa é, anos depois de enterrada a Satiagraha, o silêncio em relação a US$ 550 milhões de dólares.
Sim, por não terem origem comprovada, US$ 550 milhões continuam retidos pelos governos dos EUA e da Inglaterra.
E o que se ouve, se lê ou se investiga?
Nada. Tudo segue enterrado. Em silêncio.

O julgamento do chamado "mensalão" não é uma farsa.
Farsa é, isso sim, isolá-lo desses outros fatos todos e torná-lo único.
Farsa é politizá-lo ainda mais.
Como farsesco é magnificá-lo, chamá-lo de "maior julgamento da história do Brasil".
Farsa, não porque esse não seja o maior julgamento.
Farsa, porque se esquecem de dizer que esse é o "maior", porque não existiram outros julgamentos.
Por isso, esse é o "maior".
Existiram, isso sempre, alianças ideológicas e empresariais, na luta pelo Poder.
Farsa, porque ao final prevaleceu sempre, até que viesse o "mensalão", o estrondoso silêncio cúmplice…

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23 janeiro 2012

O Windows Phone deve tomar o segundo lugar do iOS, da Apple, no ranking mundial dos sistemas operacionais móveis até 2015, prevê a consultoria IHS

Apesar de início ruim, consultoria IHS acredita que sistema da Microsoft terá 17% do mercado global em três anos; Android deve manter liderança com folga.

O Windows Phone deve tomar o segundo lugar do iOS, da Apple, no ranking mundial dos sistemas operacionais móveis até 2015, prevê a consultoria IHS.

Apesar de o mais novo sistema mobile da Microsoft ter demorado um tempo para conseguir qualquer projeção no mercado, a IHS acredita que a parceria da empresa com a Nokia será uma chave para o sucesso das duas empresas nos próximos anos e que os fabricantes de aparelhos Android, além da Apple, precisam ficar de olhos abertos.

A Nokia se encontra atualmente em terceiro lugar no ranking global de fabricantes de smartphones, atrás da Samsung e da Apple, mas os novos aparelhos Lumia – especialmente o Lumia 900 – ajudarão no ressurgimento do interesse pela companhia finlandesa, além de também impulsionar a plataforma Windows Phone, prevê a IHS.

Em 2015, projeta a consultoria, o Windows Phone terá 16,7% do mercado, bem acima dos meros 2% com que fechou 2011.

O Android continuará o líder do mercado de sistemas móveis ao aumentar sua fatia de 47,4% no ano passado para 58,1% em 2015. Já a participação do iOS vai cair gradualmente de 18% para 16,6% daqui a três anos, deixando, assim, o segundo lugar para o Windows Phone.

Lumia 900
"Um dos produtos mais quentes revelados na CES 2012 foi o Lumia 900, um smartphone com Windows Phone que traz um conjunto interessante de recursos que o torna competitivo frente às melhores alternativas oferecida pela plataforma Android", afirma o analista sênior de comunicações wireless da IHS, Wayne Lam.

"Esse produto interessante representa o primeiro passo da Nokia para readquirir sua participação no mercado. Combinado com os esforços da Nokia para guiar o desenvolvimento do ecossistema Windows Phone, o Lumia 900 e seus sucessores vão ajudar a Microsoft a reivindicar o segundo lugar no ranking de sistemas para smartphones em 2015."

As projeções também pintam um quadro ruim para a RIM (Research In Motion), que quase nem foi citada no relatório da IHS. Em 2015, a participação no mercado de aparelhos que não tenham os sistemas iOS, Android ou WP será de apenas 8,6%, contra 32,7% registrados no ano passado.

Vale lembrar que a consultoria IDC já realizou a mesma previsão do Windows Phone superar o iPhone em 2015. No entanto, o relatório, divulgado em junho de 2011, previa que o sistema da Microsoft terá 20,3% contra 16,9% da Apple. Além disso, o Android também continuará líder, para a empresa, com 43,8% do mercado, informou na época a IDC.



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24 abril 2011

Hoje, por mais que tente evitar, não consigo negar que uma aura melancólica me persegue. Embora não seja daqueles que (quase não) briga por futebol mas seja daqueles que se associam ao seu time, fiquei muito puto com a queda do Paraná Clube à segunda divisão do paranaense. Mais que isso, fiquei triste. Porque se não houvesse história a ser contada, tudo bem. Mas há.

12 abril 2011

Mal-agradecida, Folha ataca novela do SBT

Comentário do post do Edu Guimarães http://www.blogcidadania.com.br/2011/04/mal-agradecida-folha-ataca-novela-do-sbt/
no Cidadania.com.

A direita brasileira não se deu conta ainda que está ainda na primeira metade do século passado, usando a filosofia e o modo de atuação da antiga UDN. O nosso principal partido de esquerda se atualizou nos primeiros anos deste novo século. Evoluiu, derrotou seus adversários e levou a nação a um novo patamar, em que luta atual é a eliminação da pobreza no país. Os oito anos do governo Lula colocaram o país no cenário mundial.

A direita brasileira no entanto tenta preservar os maiores entraves ao desenvolvimento nacional. É contra o aborto, obrigando milhões de mulheres a usarem procedimentos fora dos grandes hospitais ou a continuarem tendo filhos que não querem e que não podem criar. É contra os sindicatos, tentando manter uma massa escrava de empregados a seu dispor. É contra os sistemas de cotas para os negros e índios, tentando também manter estes povos fragilizados na competição por melhores empregos. É também contra a complementarão de renda aos brasileirinhos menos favorecidos pela sorte.

Assim a direita brasileira está numa encruzilhada, ou entra de corpo e alma no século 21 ou abandonará a cena política brasileira.

06 abril 2011

MINHA HISTÓRIA DE LEITORA

Marisa Telo Mariano, professora

Eu sempre compreendi a escola como uma coisa fantástica. Apesar da ditadura – um tanto quando mais suave – lá era um espaço em que eu não apanhava. Era estranha, tudo bem, uns cabelos esquisitos, disformes, armados. Teimavam em crescer para cima. Um nariz arrebitado somado a uns dentes totalmente separados. Mesmo assim, mesmo de poucos amigos, lá eu não apanhava.

A vida para mim era a escola. Eu não a entendia como uma fase passageira, mas a minha própria vida. Achava que tudo o que eu aprendia era vida. Achei mágico quando a diretora retirou os alunos, aos grupos, para um ambiente fechado, algo abandonado, onde nos esperavam uns professores que nunca vira. Eram simpáticos e explicaram-nos um modo de produção diferente do nosso, em que tudo era de todos, e ninguém tinha a propriedade de nada, a não ser o governo. Algo como o fim da divisão entre ricos e pobres. Achei legal a aula, nunca mais esqueci. Depois cantamos o hino como que para nos livrar dos pecados. Amém.

A tarde era um problema. A convivência familiar era algo de que eu preferia fugir. A comida era boa, minha mãe sempre fazia questão de nos alimentar bem, com pratos deliciosos. Mas, às vezes, ela estava nervosa. Os motivos das brigas o tempo roubou da memória. As dores todas foram esquecidas... Só ficaram as impressões que me lembram as causadas pelas tormentas em noites ferozes.

A tarde era um problema. Mas as avenidas arborizadas eram tranquilas. Por elas andava, até que um dia encontrei uma Biblioteca Infanto-Juvenil. A Biblioteca Álvaro Guerra. Entrei. Tínhamos de assinar um livro preto. Parecido com o que assinava na escola quando mordia os meninos. A diferença era a caneta amarrada com um barbante encardido. O ambiente tinha cheiro de argila e tinta.

Umas moças gostavam de nos sentar em roda. Tocavam flauta doce e nos contavam histórias fantásticas. A hora voava naquele lugar. Às vezes, nos levavam para fora e brincávamos nem me lembro de quê. Numa sala menor, apertada, havia livros mais jovens e simpáticos, que disputavam espaço com mesas de damas e xadrez.

Eu lia lá: Stella Carr. Sorria e apanhava um, fascinada. O caso da estranha fotografia. O gênio do crime me dava medo. Todas as semanas eu levava um para casa. Já havia vencido a fase dos romances de banca de jornal e queria livros com outras capas, com outro cheiro.

Na escola, era a Borboleta Atíria, mas o sequestro verdadeiro aconteceu mesmo na sexta-série. Meu cativeiro foi uma Ilha Perdida. Dormia e acordava naquela ilha. Mesmo depois de virar a última página, continuei personagem da história. Nas minhas andanças, esgueirava-me por uma floricultura de uns japoneses na Ferreira da Silva. Transformava-a em ilha perdida e sentia as agonias de perder-me por entre as plantas. Ficava horas andando por lá. Os japoneses se acostumaram à minha presença e, embora nunca tenhamos trocado uma palavra, eles respeitavam a minha aventura. Um dia, resolvi não mais voltar. Agora eu chorava por uma família, porque éramos seis, e fomos sendo mutilados através da história.

As visitas à Álvaro Guerra nunca paravam. Havia uma sala imensa, com estantes de livros tão antipáticos quando uma senhora sisuda e lacônica que se sentava numa mesa com seus óculos pesados e a dificílima tarefa de impor o respeito. Olhava de longe a Barsa. Às vezes a acariciava. Jurava que, assim que fosse gente grande, eu compraria a Barsa. Maldita a Internet. Acabou com o meu maior sonho. A senhora não gostava muito daquela minha atitude de aproximar-me dos livros. O nome dela deveria ser Internet! Dona Internet, a senhora não gosta que as mãozinhas sujinhas das crianças tocassem aqueles livros fascinantes.

Mas Deus ouviu meus pedidos pueris. Um dia, a professora de Ciências pediu uma pesquisa. Uma pes-qui-sa!! Isso mesmo! Foi um grande evento. E eu já até sabia onde era a Biblioteca. Em casa foi um alvoroço. Minha mãe mandou chamar uma prima cinco anos mais velha para auxiliar-me na empreitada. Agora, a Senhora Internet iria ver uma coisa.

Comprei um pacote de folha almaço e as embrulhei cerimoniosamente. Minha prima Maria de Nazareth chegou, como sempre, solícita e carinhosa. Ela seria minha protetora na sala dos livros sérios. Dei uma espiadela no tema da pesquisa: O MILHO. Sim, a orientação era esta: faça uma pesquisa sobre O MILHO. Com certeza, eu ira ver a Barsa pessoalmente, abrir as folhas brilhantes, sentir o seu cheiro. Quem sabe, às escondidas, até dar-lhe um abraço, quando a tal senhora voltasse o olhar para o seu livro. Minha prima foi a primeira a botar as mãos no livrão. Ela não parecia animada como eu, mas seu olhar era atento. A Barsa estava próxima, meu coração disparado. Era só a parte que tinha a letra M. M de MILHO, minha pesquisa!

O dedo da minha prima apontava onde eu deveria copiar. Estava lá: falava tudo sobre MILHO. Encostei o meu no dedo no dela para que ela pudesse retirá-lo. Comecei a cópia. O livro era tão grande que eu quase me debruçava sobre ele. Olhos iam e vinham. Cuidado para não amassar a folha almaço. Minha prima, impaciente, achou melhor ela mesma copiar, depois eu é que passasse a limpo, assim não ficaríamos tempo demais ali. É que ela não sabia que eu passava quase todas as tardes na Biblioteca. Ali era a minha verdadeira casa. A vida estava ali. Eu nem sabia que eu me transformaria no somatório dos livros que leria.

Hoje, eu sou os livros que li. Não os escolhi. Eles me escolheram. Cada um deles. Sou as impressões em mim cunhadas pelas emoções que os autores transmitiram. Capitu e Luíza deixaram em minhas costas resquícios de culpa. Raskólnikov afogou-me nela. O capitão Acabe me empurra mar adentro, enquanto vejo os mortos voltarem a Antares. Minha tristeza, às vezes, se chama Dom Quixote, às vezes Metamorfose...

Amei, vivi e odiei personagens. Estive em todos os lugares do mundo e todos os lugares do mundo estiveram em mim. Atirei o Monge em cima do armário, e o Executivo também. Li Bufo & Spallanzzani sete vezes. Drácula, três. Mas nunca comprei a Barsa...

E os livros que li me levaram ao magistério. Fiz juramento e tudo no dia da formatura. Nem lembro o que jurei, mas eu queria mostrar as riquezas que encontrara nos livros que me construíram.

Foi assim que voltei à escola. Não mais para fugir das surras. Para estar envolvida no processo da vida, estar envolvida com outras pessoas. No turbilhão da construção do conhecimento. Dispus-me a virar parágrafo – ate capítulo na vida de alguém. Os homens são livros, mas também são cadernos. Ajudo a virar páginas, a superar obstáculos na sala de aula.

Mas alguma coisa andava mal. Os livros haviam perdido a graça. As Barsas decrépitas escondem-se sob o pó, enquanto vendem-se CD-ROMS. As Barsas eram lerdas, estavam sempre desatualizadas... foram para o sebo. As imagens e sons, a tecnologia formatou a magia dos livros. O livro se escolarizou. A escrita havia se escolarizado.

O livro despede-se do jovem ao final da escola. O Harry tentou ajudar a galera, com a ajuda do Capitão Cueca, mas até o Menino Maluquinho cresceu. E eles eram muito mais fortes e bonitos que o gênio do crime, que o coração de onça, que o feijão e o sonho.

Os livros ficaram lindos, caros, maravilhosos. Mas encarcerados na escola... Ninguém mais pode ler sob o meu pé de laranja lima, pois não há mais quintais. O Segredo foi revelado e tudo perdeu a graça.

O professor esqueceu-se do mais importante. Quem lê é o leitor. Quem devora as palavras são os olhos de quem lê. E se os olhos assim não o querem, haverá indigestão das ideias. Só o bom leitor gosta de ler, justamente porque é um bom leitor. Parece ser bem simples: dê à criança o que lhe interessa, ela vai aprendendo a ler bem. Ler bem dá prazer, os livros vão tornando-se cada vez mais complexos, profundos, requintados. Os professores se esqueceram de ler também... E, o pior, aqueles que admitem: Eu odeio ler.

Quem é de ler, é de ler. Dos que não são, há os que não são. Mas há muitos que não sabem do que são capazes. Só me apaixonei por Machado depois dos 20. Foi quando também passei a detestar Coelho. Fórmulas repetidas já não me satisfaziam mais. Os leitores estão condenados ao crescimento e, por vezes, sentem-se imortais qual Dorian Gray.

Eu sou só isso e tudo isto: os livros que li.

Eu, Joelson, quem sabe um dia, não escreva a minha...

Fonte:  http://www.leituracritica.com.br/rev10/evid/evid04.htm

Coração de Onça

Não lembro mais  o motivo, mas dia desses me ví pensando nas aventuras que o maravilhoso livro Coração de Onça narrava ( agora lembrei o porquê: meu filho estava lendo um livro para o colégio e eu estava tentando lembrar qual livro da minha infância que permanece na lembrança) e fui para a web pesquisar um pouco mais sobre o livro em sí e sobre seus autores, os maravilhosos Ofelia e Narbal Fontes. Achei o texto abaixo e percebi o quanto a leitura é importante para formar grandes seres humanos. Espero conseguir que meu filho de 10 anos goste tanto de ler quanto eu gostei e gosto, mas tenho que entender que os tempos são outros e a leitura, propriamente dita, não se resume somente àquela imagem de alguém concentrado com um livro na mão...

24 Janeiro 2005

Literatura Infanto-Juvenil



Tentei procurar na minha mente qual foi o primeiro livro que li na minha vida. Não sei ao certo, mas acho que foi uma coleção que possuía em casa, com histórias famosas como "João e o Pé de Feijão", "O Gato de Botas", "Branca de Neve e os Sete Anões", dentre outras. Eu era um dos raros garotos da minha sala que freqüentavam a Biblioteca Pública assiduamente e, acreditem!, por vontade própria. Li Carlos Drummond pela primeira vez com uns doze anos de idade. Além dele, li uma infinidade de bons escritores, como Fernando Sabino, Stanislaw Ponte Preta, Orígenes Lessa, Lygia Fagundes Telles, dentre outros. Mas dos vários livros que li, os que mais me marcaram (ao contrário de muitos que indicariam Monteiro Lobato ou "Polyana") foram "O Gênio do Crime" e os livros de Marcos Rey, que saíram pela coleção Vagalume, da editora Ática.

João Carlos Marinho escreveu o que eu chamaria de "o" clássico da literatura infanto-juvenil. Se você tem um filho entre 9 à 14 anos faça um favor para ele e presentei-o com esse livro magnífico. O livro, se não estou enganado, foi escrito em 1969 e não conheço nenhum jovem que o tenha lido e tenha se esquecido. A capacidade que o autor tem de despertar a paixão pela literatura é incrível. O enredo é dos mais deliciosos para uma criança: uma quadrilha está falsificando figurinhas de jogadores de futebol e cabe ao gordo e sua turma descobrir os responsáveis. O meu encontro com a obra foi por puro acaso. Apanhei-o na estante, folhei-o, comecei a ler as primeiras páginas e não conseguia mais parar. A linguagem utilizada é bem fácil e o modo como a história é conduzida faz com que o jovem devore todas as páginas de um só vez. João Carlos Marinho foi o primeiro escritor brilhante que li. Digo brilhante porque nunca antes havia imaginado que a leitura pudesse proporcionar tanto prazer quanto o prazer que eu senti ao ler aquele livro. De lá para cá foram poucos os que causaram esta mesma sensação, apesar dos vários livros que li desde então.

A Coleção Vagalume, para quem não conhece, foi um marco da literatura infanto-juvenil aqui no Brasil. Até hoje várias escolas por todo Brasil apontam obras dessa coleção para serem lidas durante o ano letivo. Boa parte dos brasileiros teve o primeiro contato com a literatura através de histórias como "Coração de Onça" e as aventuras bandeirantes de Ofélia e Narbal Fontes, "Menino de Asas" e "Cabra das Rocas", de Homero Homem, "A Ilha Perdida" e "Éramos Seis", de Maria José Dupré, além de Lúcia Machado de Almeida, com "O Caso da Borboleta Atíria", "O Escaravelho do Diabo", "Spharion" e a série com as aventuras de Xisto. Mas, para mim, são de Marcos Rey os melhores livros da coleção. "O Mistério do Cinco Estrelas", "O Rapto do Garoto Dourado" e "Um Cadáver Ouve Rádio" são livros que também estão em minha mente até hoje. São deliciosos e representam o que há de melhor em literatura infanto-juvenil aqui no Brasil. Marcos Rey conseguia como poucos prender minha atenção da primeira à última página de um livro. Assim como João Carlos Marinho, ele também conseguiu me mostrar quão maravilhoso pode ser o hábito da leitura.

É difícil imaginar como podem os pais de hoje gastarem dinheiro com Harry Potter para seus filhos com tantos livros excelentes como esses. Os fãs da série podem defendê-lo por vários fatores, mas um ponto é óbvio de ser notado: os livros da série são gigantescos para uma criança que não tem o hábito de ler "pegar gosto pela coisa". Quanto a esses livros citados anteriormente, são leves, fáceis de serem "devorados", além de possuírem histórias que permanecem fixas na imaginação por muito tempo. Hoje, sinto orgulho de poder citar tais livros junto com minhas melhores lembranças da infância.
postado por Leandro Oliveira em 11:33

fonte: http://odisseia2005.blogspot.com/2005_01_01_archive.html

‘Faca’ no ‘pescoço’ da Justiça ameaça a todos nós

Comentário do post "Faca" no "pescoço"... do blog do Edu, Cidadania.com.

Eduardo,

Penso que nós podemos levantar várias hipóteses além dessa que você levantou para entendermos as intenções e nuances que estão por trás. Se pegarmos um pouco a história de nosso país para compreendermos o presente, veremos que, a nossa Justiça, não histórico em ser igualitária em aplicar o direito positivo ou, se não houver, aplicar a justiça e a equidade.

Se vermos os primórdios de sua formação, como por exemplo, a Casa da Relação, primeiro Tribunal de Justiça que houve no Brasil, quando da chegada do aparato burocrático português em nossas terras, veremos que as causas pequenas, sempre o pobre foi o condenado, para um rico ser condenado, só em caso de lesa-majestade, pois infringia diretamente o Estado ou neste caso, a casa de Bragança.

Quando da outorgação da Constituição do Império, lá estavam o poder de nossa elite representada. Isto também se aplica quando Rui Barbosa inovou e, admirador dos EUA, à semelhança do que eles fizeram lá, Rui colocou aqui, o pensamento de Montesquieu, ou seja, os três poderes com seus freios e contrapesos. Mas quem eram os três poderes no Brasil? Como se davam a representação no Legislativo? Apenas quem tinha porção de terras ou algum bem, que fosse rico e representasse essa elite. A indicação de magistrados, idem. Isto se dá desde a velha Casa da Relação, que para ter os brasileiros representados, os baianos mandavam seus filhos estudarem em Coimbra e compreenderem aquele emaranhado de leis monárquicas portuguesas e as leis canônicas da Igreja. Relutante a isto, a coroa sempre descartou a idéia de colocar uma universidade na Bahia, como fez os espanhóis em suas colônias, porque tinham receiam de acontecer aquilo que mais tarde ocorreu, ou seja, a independência de Portugal.

Mas estas relações se dão sempre por interesses de nossa elite nativa que já estava bastante fortalecida. Dessa maneira e resumidamente, compreender todo o intricado de nossa formação pode nos dá a deixa para compreendermos como nossa Justiça age. Não há a presença na lei nem a intenção em servir o mais fraco. O que há é a criação da Lei pelo Legislativo que busca exatamente satisfazer essa elite que sempre dominou.

O que faz o judiciário? Não avança, não acelera nas decisões. Se for para condenar pobre, aplica-se a lei conforme o Direito Positivo. Se for para condenar ricos; todas as lacunas legais e seus séqüitos de advogados com HB e recursos e mais recursos como são permitidos em nosso direito.

Mas, como bem disse o Lewandovski, quando a mídia pressiona, não há direito positivo nem nem nada, há o medo, o pânico de se contrapor a elite que se faz representada no poder da mídia e que se coloca como opinião pública.

O alvo de todo o espetáculo do mensalão tem nome e sobrenome. Desde o princípio Lula foi o alvo, seria uma maneira de derruba-lo. Alguém acredita mesmo que a elite brasileira engoliu Lula? Se não fosse o povo ele teria dançado, Veja inclusive mostrou simbolicamente em uma de suas capas como gostaria que ele saísse, ou seja, com um belo tapa na bunda que o expulsasse do Planalto.

Lula não saiu e ainda conseguiu fazer uma sucessora, que foi taxada de todas as formas no decorrer da campanha. Mas qual o objetivo agora? Qual a hipótese que podemos levantar?
Dilma está sendo cozinhada em banho Maria, levantar o mensalão agora, pressionar o judiciário. Não esqueçamos que em plena campanha a Globo colocou menos de cem humoristas nas ruas da zona sul do Rio e o Judiciário imediatamente liberou aquela lei criada por FH para não ridicularizar político. Mas era preciso que a lei caísse para que Lula fosse ridicularizado. Em menos de 24 horas a Justiça atendeu. E muitos foram os pareceres em entrevistas pelos ministros do supremo dizendo que a lei não tinha nada a ver. Lembremos a entrevista do Ayres Brito, por exemplo.

A Globo tem interesses comerciais como todos sabemos. Hoje no BDB foi pensando o grau de idiota que nos medem. Mas depois pensando um pouco mais, acredito que eles não fariam o que fizeram se não tivessem o perfil do povo brasileiro de seus telespectadores. Foi patético o teatro de Míriam, Alexandre e Renata no caso da Vale. Teve até gráfico.

Qual foi a estratégia? A de sempre. Reportagem da revista, repercussão no JN, noticiar a cada trinta minutos na CBN de que o PT é culpado e Lula mentiu, entrevistar a oposição no Senado e, ao longo do dia, repercutir o caso incessantemente nas rádios das Organizações Globo, chamar os especialistas, divulgar no Globo e a imprensa paulista repercutir.

Nesse ínterim, num processo que sequer chegou ao Procurador e ao STF, mas que já está na imprensa, convidar os juristas, por exemplo Ives Gandra e dizer como será conduzido o processo. Então, meu caro, a opinião pública, leia-se a Globo e suas vontades comerciais ao lado da elite brasileira que não acolhe um governo de esquerda, pauta, dita o que os ministros devem decidir. Veremos uma retórica togada sem proporções, um jogo de ego diante das luzes da imprensa e, finalmente, veremos o veredicto de nosso direito.

Nunca um político foi julgado pelo Supremo, até porque é a primeira vez que a esquerda foi ao poder, trabalhar para que esta esquerda seja punida, terá um simbolismo e significado políticos importantes na História do país. Estarão dizendo não para a esquerda, mas para Lula sobretudo e um recado velado ao povo brasileiro. Você nunca deveria ter saído do seu lugar, deveria ter ficado onde sempre esteve. Quer ver um exemplo? Vejam a perseguição a Tiririca.

O recado é para Tiririca e Lula, mas não apenas isto, o recado é para o povo, não saiam de onde vocês estão, deixa que nós cuidamos do pão e do circo. Damos nossas novelas, nossos BBBs o que queremos é a audiência para negociarmos a nossa publicidade. O que queremos é a manutenção do poder. O povo tem a sua utilidade e é para isso que ele sempre será usado, mas ultrapassar, quebrar a barreira que foi estabelecida desde os primórdios, não será permitido. Portanto, não me surpreenderá, pelo histórico de nossa Justiça, se eles forem punidos. A intenção não é a punição do político, a intenção é punir o Lula e, conseqüentemente todo o PT. Já foram vitoriosos em derrubar Dirceu, derrubam Lula no STF e depois derrubam Dilma com uma campanha muito mais perversa do que a que vimos nas últimas eleições. Resta saber se estas estratégias serão todas conseguidas. Aguardemos os próximos capítulos.


09 março 2011

http://baixandonafaixa.blogspot.com/: Documentário - "Cidadão Boilesen" [Doc. Raro]

http://baixandonafaixa.blogspot.com/: Documentário - "Cidadão Boilesen" [Doc. Raro]: "Um capítulo sempre subterrâneo dos anos de chumbo no Brasil, o financiamento da repressão violenta à luta armada por grandes empresários, g..."