A insustentável leveza do ser
Dia 24 próximo fará um ano que o meu irmão morreu.
É incrível como lembro dele todos os dias, numa paisagem, numa música, numa frase que alguém pronuncia que traz junto uma palavra que o lembra, não sei porquê.
Tivemos uma infância muito pobre, daquelas que os pais lutaram para ter o que colocar no prato: começamos a trabalhar muito cedo, ajudando o pai nos "bicos" que ele fazia de pedreiro, carpinteiro, lenhador e etc, etc, etc. Minha mãe era benzedeira e, através de suas benzidas, arrecadava um troco que nos ajudava a sobreviver. Meu pai, analfabeto que sabia assinar o próprio nome, portanto não fazia parte da estatística dos analfabetos, pulava de emprego em emprego, nos seus eternos "bicos".
Minha irmã, meu irmão e eu crescemos lutando pela sobrevivência, é minha conclusão. Natais com presentes baratos(raramente o que pedíamos ao Papai Noel nos era entregue), aniversários sem bolo e presentes, roupas às vezes que minha mãe ganhava de suas "clientes" de benzedura...
Mas aqui estou.
Meu irmão não. Queria que ele estivesse aqui.
17 setembro 2008
Postado por Joelson às 20:15
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