17 setembro 2008

A insustentável leveza do ser

Dia 24 próximo fará um ano que o meu irmão morreu.
É incrível como lembro dele todos os dias, numa paisagem, numa música, numa frase que alguém pronuncia que traz junto uma palavra que o lembra, não sei porquê.

Tivemos uma infância muito pobre, daquelas que os pais lutaram para ter o que colocar no prato: começamos a trabalhar muito cedo, ajudando o pai nos "bicos" que ele fazia de pedreiro, carpinteiro, lenhador e etc, etc, etc. Minha mãe era benzedeira e, através de suas benzidas, arrecadava um troco que nos ajudava a sobreviver. Meu pai, analfabeto que sabia assinar o próprio nome, portanto não fazia parte da estatística dos analfabetos, pulava de emprego em emprego, nos seus eternos "bicos".

Minha irmã, meu irmão e eu crescemos lutando pela sobrevivência, é minha conclusão. Natais com presentes baratos(raramente o que pedíamos ao Papai Noel nos era entregue), aniversários sem bolo e presentes, roupas às vezes que minha mãe ganhava de suas "clientes" de benzedura...

Mas aqui estou.

Meu irmão não. Queria que ele estivesse aqui.

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