18 setembro 2008

A minha mãe e o meu irmão

Minha mãe sempre dizia que o meu irmão tinha alguma coisa nos rins, que o levava a ter dores e que não era desculpa dele quando, em alguma atividade(como capinar o quintal) ele se queixava de dores e interrompia a tarefa. Eu ficava puto, pois tinha que terminar o quintal sozinho enquanto o "malandro" ia pra baixo das asas da mãe e eu ficava me fudendo capinando o quintal.
Mas talvez fosse verdade, talvez ele realmente sentisse alguma dor. Hoje acredito que era verdade dele.

O sorriso de minha mãe, com certeza, é o sorriso ideal, aquele que acho lindo nas pessoas, às vezes sem saber porquê. Lembro, particularmente, quando acordava para ir à escola e reclamava, eu, de não ter roupa, de ter de usar sempre a mesma calça e camisa. As explicações um tanto "filosóficas" dela não me convenciam e não amainavam minha raiva infanto-juvenil, mas seu sorriso me trazia um sentimento que na época eu não sabia o que era.
Era amor, era esperança, era minha mãe.

E meu irmão também cresceu nesse ambiente.
Não deu tempo de, com os cabelos embranquecendo, perguntar-lhe o que ele sentia.

Sobre sentimentos, sempre fomos arredios.
Talvez porque não tínhamos muitas lembranças boas da infância pra contar...

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